23.8 C
Campo Grande

Dia do Agricultor: negócios que saem da campo e vão para a mesa

- Publicidade -

A decisão de empreender, desenvolver produtos e gerar renda pode ocorrer na cidade ou no campo. Em Mato Grosso do Sul, os negócios que estão na zona rural envolvem mais de 4,4 mil empresas, sendo que a maioria é microempresa (1,6 mil) e logo depois vem as microempresas individuais (1,2 mil), conforme dados da Receita Federal. Dentro desse grupo estão os agricultores, que decidem tirar da terra, em trabalho aliado com a natureza, a produção e gerar oportunidades.

O Sebrae/MS atua em diferentes ações para apoiar o setor da agricultura no Estado, que neste dia 28 de julho recebe destaque com a celebração do Dia do Agricultor. A data foi instituída a partir do Decreto de Lei nº 48.630, de 27 de julho de 1960, e foi definida para homenagear o centenário da fundação do Ministério da Agricultura.

Dentro de programas como Propeq/Dinamiza (Programa Estadual de Apoio aos Pequenos Negócios), Cidade Empreendedora e Pró Pantanal, o Sebrae/MS busca fortalecer produtores rurais a partir da participação em feiras, consultorias para desenvolvimento e aprimoramento de produtos, apoio em ações de governança para aplicação de boas práticas no negócio. Toda essa construção ocorre com o trabalho de parceria com Sistema Famasul, prefeituras, sindicatos rurais e outras instituições.

A agricultora Ianara Stral, que atua na agricultura familiar desde 2009, participou em um desses trabalhos conjuntos para descobrir novas técnicas e identificar oportunidades para crescimento do negócio de forma sustentável. Com apoio do Pró Pantanal, iniciativa do Sebrae para fomentar atividades econômicas existentes no bioma, ela viajou para a 16ª Feira de Sementes Nativas e Crioulas e Produtos Agroecológicos de Juti, no mês de julho. De Corumbá e Ladário, além de Ianara, outros 32 agricultores participaram da feira.

O Sítio Paraíso, onde vivem e trabalham Ianara e a mãe, Janes, recebe acompanhamento do Núcleo de Estudos de Agroecologia e Produção Orgânica do Pantanal (NEAP), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Esse projeto ainda tem envolvidos a Embrapa Pantanal; os escritórios de Corumbá e Ladário da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer); o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e a Fundação de Meio Ambiente de Ladário, órgão vinculado à Prefeitura local.

Localizado no assentamento Paiolzinho, no município de Corumbá, o sítio tem a plantação de uma horta e criação de porcos e frangos. A produção por lá é de alface, couve, almeirão, alface roxa, alface americana, pepino e berinjela. O negócio dela e da mãe está estruturado na venda de hortaliças frescas para consumidores cadastrados em uma lista própria do sítio, além de fornecimento para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Conforme Ianara, que se formou em Engenharia de Produção, descobrir uma série de novas técnicas na feira, realizada em julho, vai ajudar no trabalho de produção sustentável. “A agricultura é um local onde pode dar muita renda, a gente precisa ter conhecimento, é preciso estar tudo integrado, parte teórica e parte prática. A gente aprendeu sobre um adubo de coisas que temos no nosso dia a dia. Exemplo é a mamona. Outro é o nim, que tem muito aqui no sítio e eu não fazia ideia de como ele poderia ser usado”, conta.

Ela detalha que o agricultor, hoje em dia, ainda precisa fazer uma análise constante do mercado para conseguir atender a demanda e garantir vendas. “A gente é produtor e vendedor (dos nossos produtos). Temos uma cartela de clientes e, geralmente, são esposas de militares, são militares, pessoas que são de fora da cidade. Eles têm conhecimento de produtos diferentes, como o ora-pro-nóbis, da taioba. Agora estamos com a ideia de aumentar nossa produção para atender esse público”, projeta.

E como a agricultora ressalta que o próprio sítio é um produto que merece atenção, ela e a mãe desenvolveram logomarca da propriedade e contrataram o serviço para terem um cartão de visita digital multimídia, que pode ser enviado via aplicativo de mensagens e contém várias informações, além de fotos do que é vendido. Ianara ainda pontua que atuar em várias frentes é uma necessidade para conseguir manter o negócio e gerar renda na região. Como a produção é diversificada, ela contrata sitiantes próximos para ajudarem na horta e em outros afazeres do campo. Além disso, ela mantém no radar oportunidades para expansão e atender supermercados, além diversificar os negócios no próprio sítio, inserindo o turismo rural.

Para conseguir o equilíbrio entre produção e venda, a agricultora está investindo na propriedade, tanto para ter melhor resultado na colheita, como tornar o espaço favorável para receber clientes que queiram conhecer a produção e praticar o turismo rural. “Aos poucos, estamos estruturando a irrigação para termos produção contínua. E a gente identificou que os clientes que vêm (até o sítio), ficam admirados. Ainda não temos a estrutura para receber tanta gente ao mesmo tempo. Hoje minha mãe faz bolo, recebe as pessoas, mas não cobramos. E os clientes já falaram que é para gente pensar nisso como um produto”, conta.

Quem também está buscando oportunidades e se estruturando para o mercado local em Ladário e Corumbá é o agricultor Júlio Cezar de Souza Cristaldo, do sítio Boa Vista, que fica no Assentamento 72, no município de Ladário. Ele trabalha na propriedade com a esposa, o pai e a mãe dele.

No sítio, eles também cultivam limão, goiaba, abacate, mamão, manga, coco, tamarindo, cajá-manga, jabuticaba. Também preparam o cultivo da mandioca para a raiz ser vendida em Ladário nos próximos meses. “A gente aprende muito nessas feiras (como a de Juti) sobre como produzir de forma orgânica, é uma grande oportunidade. Hoje a gente tem muitos desafios porque nosso clima está seco, principalmente desde 2018. A gente está dando atenção para os porcos agora, com 50 animais. Mas temos também algumas hortaliças e vamos plantar mandioca”, detalha.

Além de aprenderem técnicas, os agricultores de Corumbá e Ladário também apresentaram oportunidades para a região sul do Estado, durante a Feira de Juti. Por lá foi apresentada uma espécie de mandioca que consegue ser comercializada no prazo de cerca de quatro meses após o plantio. Em geral, esse cultivo precisa de 8 meses para ser vendida. “Vamos ainda explorar essa oportunidade com os agricultores de outras regiões”, comenta Ianara Stral.

Pró Pantanal

O Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal é uma iniciativa do Sebrae para fomentar atividades econômicas nos eixos do turismo, da economia criativa e do agronegócio existentes no Pantanal. O programa ainda tem apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS), Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul) e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

Para obter mais informações sobre o programa Pró Pantanal e suas ações, fale com o Sebrae, pelo pelo número 0800 570 0800. Visite o site oficial do programa clicando aqui.

Fonte: Sebrae/MS

Leia também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade-