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Entrega de casas é transferida para sexta-feira com presença de ministro

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28/10/2014 17h29

O evento está marcado para as 10 horas e contará, ainda, com a presença do governador André Puccinelli.

A entrega das 313 casas dos residenciais Ari Abussafi e Gregório Corrêa, que o prefeito Gilmar Olarte entegaria nessa quarta-feira, foi transferida para a próxima sexta-feira, dia 31, para que pudesse ter a presença do ministro das Cidades, Gilberto Magalhães Occhi. O evento está marcado para as 10 horas e contará, ainda, com a presença do governador André Puccinelli.

Nos dois residenciais serão reassentadas famílias cadastradas, em 2009, quando já moravam em condições precárias nas favelas Portelinha, Montevidéu, da Marques de Herval e Morada Verde.Todas as ocupações estão situadas na região norte da cidade em áreas púbicas, reservadas a abertura de ruas, equipamentos públicos ou áreas públicas reivindicadas na Justiça pelos proprietários. Os beneficiários já assinaram os contratos com a Caixa Econômica Federal e com as concessionárias para as ligações de água e energia elétrica. Não haverá cobrança de prestação.

Até o dia 9 de novembro, as famílias trocarão os barracos onde algumas moram há mais de 20 anos pelas casas de alvenaria de 42 metros quadrados, com acabamento, aquecedor solar, construídas num conjunto habitacional com toda infraestrutura (água, luz, asfalto, drenagem). “Não vejo a hora de pegar a chave da minha casa. Comprar móveis novos, uma geladeira e ter a certeza de que a próxima chuva não vai estragar tudo”, relata dona Roseli Vieira de Oliveira, 49 anos, uma das 54 moradoras da Favela do Morada Verde que será reassentada.

Há duas décadas, ela desbravou esta área próxima ao Conjunto Estrela do Sul, junto com o marido e uma filha de dois anos,Tainá Vieira da Silva, que hoje aos 22 anos já é mãe de quatro filhos, também será uma das beneficiadas com a nova moradia que é perto dali, além de ficar próxima ao local de trabalho do marido, funcionário de um supermercado. “Isto aqui era um matagal, não tinha, nada, água, luz, muito menos rua”, conta dona Roseli que se aposentou por invalidez. No seu barraco além dela e do marido, moram outras seis pessoas, filhos, noras e netos. “A gente dorme amontoado, mas acabou se acostumando”, conta.

Somente da favela do Morada Verde, 60 famílias mudarão de endereço nas próximas duas semanas. Marilda de Mello compartilha com as vizinhas Roseli e Tainá a ansiedade da aproximação do dia da mudança. Ela mora há seis anos na travessa Espinafre e, neste período, conviveu com o risco de ser despejada a qualquer momento. Marilda, o marido e os dois filhos (Alessandro de três anos e Alex, de 10 anos). “Vai acabar esta incerteza de ter que sair daqui a qualquer momento. É outra coisa morar no que é seu”, comenta.

Na favela do final da rua Marquês de Herval, conhecida como Corredor da Nova Lima, há 23 barracos. Com o reassentamento das famílias, a área abrirá espaço para uma avenida de mão dupla que começa na avenida Zulmira Borba, passa pelo conjunto Oscar Salazar e termina justamente na Marquês de Herval, onde vai terminar o prolongamento da avenida Heráclito Figueiredo que será aberto dentro do PAC Segredo. Com isto, será aberta a ligação viária entre os bairros da região norte com o centro da cidade.

“Estamos aqui há dois anos. Moramos num barraco que molha tudo quando chove, tivemos que apelar pra gambiarra de água e energia elétrica”, conta a dona de casa Juscelina de Jesus.

Outro núcleo de favela que vai desaparecer com o reassentamento é a Montevidéu, no final da avenida Rosa Castilho, próxima ao anel rodoviário. São 38 famílias que estão na área há quatro anos, quando a ocupação foi iniciada. Juraci Pereira Rocha, grávida de sete meses, mãe de dois filhos, conta os dias para a mudança.

Na Portelinha, a expectativa também é grande. A diarista Mariluce Oliveira Silva, 33 anos, diz que não está conseguindo dormir, de tanta ansiedade. “Estou tão feliz em saber que daqui alguns dias estarei na minha casa nova, que não conseguia nem dormir esta noite. Eu moro na Portelinha há oito anos, com três filhos e uma mãe idosa e já passamos muitas dificuldades no local. Recentemente, meu barraco pegou fogo e perdi tudo. Agora com a casa nova, espero reconstruir minha vida e ajudar minha família”, declarou.

Na avaliação de Mariluce, que também é liderança comunitária do local, o projeto de reassentamento da Agência Municipal de Habitação (EMHA), é muito importante por atender uma parcela da sociedade que está abaixo da linha da pobreza. “Quase todas as famílias foram para os barracos por não conseguir pagar aluguel. Muitos tentaram, mas passavam fome para ter onde morar. Então, acabaram se submetendo a viver nestas condições desumanas”, desabafou.

A dona de casa Maria Aparecida de Carvalho Lima, 51 anos, também está contando os dias que faltam para a inauguração do residencial. “Fui morar na Portelinha faz quatro anos, pois não tinha pra onde ir e fiquei desempregada. Atualmente, meus filhos não moram comigo, mas crio um netinho com deficiência mental e morar em uma casa de verdade será uma grande alegria”, considerou.

Os conjuntos habitacionais Ary Abussafi e Gregório Corrêa que serão inaugurados quarta-feira tem casas geminadas de 42 metros quadrados, forradas, piso cerâmico, azulejo na cozinha, banheiro, aquecedor solar. No empreendimento foram investidos R$ 27,4 milhões, R$ 18,7 milhões do Governo Federal, com contrapartida de R$ 7,9 milhões da prefeitura e R$ 749 mil do Governo do Estado.

De onde são as famílias reassentadas

143- Portelinha

23- Marquês de Herval

54- Morada Verde

38 – Montevidéu

69 de outras áreas

Fonte/Autor: SCS

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