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Cursos a reeducandas levam capacitação e esperança

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31/03/2015 08h54

Cursos levam capacitação e esperança a reeducandas de Campo Grande

No Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), unidade de regime fechado, 20 custodiadas recebem qualificação

De olho no mercado profissional da beleza, que mesmo diante da crise econômica no país não para de crescer, reeducandas das unidades penais femininas de Campo Grande estão participando de cursos profissionalizantes por meio de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que oferece as capacitações gratuitamente às internas.

No Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), unidade de regime fechado, 20 custodiadas recebem qualificação para atuarem como manicure e pedicure, profissionais muito disputadas no mercado que podem atingir renda de até R$ 3 mil reais mensais, conforme especialistas da área.

Segundo a instrutora do Senac, Lineia Ojeda da Costa, o curso tem carga horária de 160 horas/aula e envolve aulas teóricas e práticas, tendo em seu conteúdo programático, além das técnicas de embelezamentos de pés e mãos e pintura de unhas, noções de relacionamento interpessoal e qualidade no atendimento, caraterísticas das unhas e fiosioanatomia da pele, higienização de materiais e economia aplicada aos profissionais de beleza, entre outros temas.

A reeducanda Camila Fartare, 26 anos, é uma das participantes e garante que só vê incentivos positivos na qualificação. “A gente se ocupa aqui dentro, consegue remição na pena e, o mais importante, possibilita que a gente tenha uma profissão quando sair daqui”, afirma.

Paula Cristina Cobra Duarte, 35 anos, também está sendo capacitada na arte de embelezamento de pés e mãos. A detenta acredita que a nova profissão abrirá muitas portas quando ela conquistar a liberdade. “Creio que a sociedade passa a ver a gente diferente, que a gente tem vontade de mudar”, confia.

A diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, destaca que o oferecimento de cursos profissionalizantes às internas é um dos focos no presídio, já que – assim como o trabalho e a educação formal – ajuda a estimular o bom comportamento na unidade prisional e proporciona novas perspectivas de vida para a mulher em situação de prisão, que muitas vezes nunca teve acesso a isso e acabou optando pela vida no crime.

Semiaberto

No Estabelecimento Penal Feminino de Regimes Semiaberto, Aberto e de Assistência às Albergadas de Campo Grande (EPRSAAA-CG), 16 detentas iniciaram este mês um curso de maquiador profissional, com aprendizado de técnicas de simetria de rostos, cores, tipos de peles, texturas de produtos, entre outros conhecimentos.

Com 160 horas de duração, o curso acontece no período noturno, já que durante o dia muitas internas deixam o presídio para trabalhar e/ou estudar, conforme explica a diretora Rita Luciana Domingues.

Capacitadas, as custodiadas poderão atuar não só em salões de beleza ou como profissionais autônomas, como também prestando serviço para televisão, teatro, desfiles de moda, entre outros.

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