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Especialista diz que ‘medos’ atrapalham os pacientes na hora de decidir parar

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29/08/2015 17h16

Especialista diz que ‘medos’ atrapalham os pacientes na hora de decidir parar de fumar

A pneumologista Ângela Maria Dias de Queiroz afirmou que o mais importante para uma pessoa para de fumar é mudar os comportamentos.

A vontade de parar de fumar é grande entre a maioria das pessoas que tem o hábito de acender um cigarro. Mas por que a tarefa de largar o vício pode ser tão difícil? Por que, simplesmente não deixar esse hábito que só traz prejuízos à saúde, pessoais e até econômico?

A pneumologista Ângela Maria Dias de Queiroz afirmou que o mais importante para uma pessoa para de fumar é mudar os comportamentos. A decisão de parar, segundo a especialista, é a que mais dá medo ao fumante. “A hora de decidir, escolher um tratamento para acabar com o vício é a mais crítica para o fumante. Os fumantes também têm medo de não poder mais sair com amigos porque vão sentir vontade fumar, medo de engordar e, especialmente escolher uma data e decretar o fim do vício”, explicou.

O fato é que o vício no tabaco vai muito além. São fatores físicos e psicossociais que estimulam a pessoa a fumar. Tomar um cafezinho, um papo com os amigos ou apenas para desestressar, são alguns dos “motivos” que o fumante encontra para alimentar o vício.

Ângela participa do Programa de Controle do Tabagismo. Ela explica que mesmo tendo um protocolo para seguir, cada paciente é tratado dentro da sua individualidade. “Nós especialistas, que trabalhamos dentro desse programa, seguimos uma cartilha, mas o tratamento não é igual receita de bolo. O profissional deve respeitar as particularidades físicas e psicológicas para atender os pacientes”, disse.

As diferenças no tratamento são pautadas nos exames. No que se refere à saúde física, o paciente realiza dois procedimentos para ver as suas condições pulmonares: Raios-X do tórax e de Espirometria. Após os resultados, há o encaminhamento mais direcionado no tratamento. “Quando o paciente não apresenta nenhuma doença do pulmão trabalhamos na prevenção associada ao tratamento de parar de fumar. Quando existe alguma doença pulmonar já desenvolvida, tratamos a doença e o vício”, explicou a especialista.

O que mais incomoda o fumante, segundo Ângela, é a tosse e, conforme relatos, esse é o primeiro sintoma a desaparecer com tratamento. “É importante que a pessoa saiba que esses primeiros resultados são apenas iniciais e que é primordial dar continuidade ao tratamento para que esses sintomas não voltem”.

Doenças causadas pelo fumo

Alguns estudos apontam que o tabagismo é responsável por 25% das mortes por doenças coronárias, 45% das mortes coronarianas abaixo dos 60 anos, 45% das mortes por enfarto abaixo dos 65 anos, 45% das mortes por bronquites e enfisemas, 90% dos casos de câncer no pulmão – sendo que do restante 1/3 são fumantes passivos –, 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer como boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero e 25% das doenças vasculares como derrame cerebral e trombose.

Em Mato Grosso do Sul, no ano de 2013 foram registrados 1.703 mortes por doenças respiratórias, 4.344 mortes causadas por doenças do aparelho circulatório, 816 óbitos causados por câncer, tais como: oral e faringe, esôfago, pâncreas, laringe, traqueia e brônquios, colo do útero e da bexiga. Sendo que, deste número, quase 40% são mortes por câncer dos pulmões.

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