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Projeto Florestinha de MS completa 23 anos formando cidadãos

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24/11/2015 10h02

Projeto Florestinha completa 23 anos formando cidadãos responsáveis socioambientalmente

O projeto, criado em 1992, teve como objetivo inicial de minimizar problemas de invasões por crianças e adolescentes para caçar animais.

Nesta segunda-feira (23), o Projeto Florestinha completou 23 anos. O projeto, criado em 1992, teve como objetivo inicial de minimizar problemas de invasões por crianças e adolescentes para caçar animais com estilingues em uma Reserva Florestal no bairro Jardim Presidente.

Da ideia inicial de minimizar os problemas ambientais surgiu a possibilidade de socializar as atividades, retirando e não permitindo que crianças e adolescentes carentes dos bairros circunvizinhos à Unidade de Conservação fossem às ruas, enquanto seus pais precisavam trabalhar para retirar o sustento.

Com o passar do tempo, a visão de cidadania, disciplina e Educação Ambiental dominaram o Projeto. Por lá, passaram crianças e adolescentes que hoje servem à sociedade como jornalistas engenheiros, empresários, administradores e diversas outras profissões.

Atualmente o Projeto Florestinha da Capital, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) atende a 120 crianças e adolescentes carentes. Um, localizado no Parque Cônsul Assaf Trad funciona como um Centro de Educação Ambiental, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SEMADUR), atendendo com trabalhos de Educação Ambiental em escolas, inclusive no interior, e recebendo alunos no local de funcionamento do Projeto. Em 2013 o CEA/FLORESTINHA atendeu 11.913 e, em 2014 atendeu 7.870 alunos em Educação Ambiental.

Os trabalhos de Educação Ambiental são realizados em forma de “Oficinas”, sendo as seguintes:

  • Reciclagem de papel, com palestra sobre os problemas relacionados aos resíduos sólidos.

  • Visitação ao museu de animais e peixes taxidermizados (empalhados), com palestra sobre fauna, pesca, atropelamentos de animais silvestres.

  • Casa da Energia. Trata-se de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar condicionado, geladeira, micro-ondas etc.). Com esta oficina é realizada a discussão e informação sobre os tipos de energia e a importância ambiental de se economizar este recurso.

  • Apresentação do teatro de fantoches, com peças sobre as questões ambientais, como: desmatamentos, incêndios florestais e resíduos sólidos.

  • Ciclo da Água, com palestras sobre o uso sustentável, poluição e escassez dos recursos hídricos

  • Plantio de Mudas, com palestra sobre desmatamento, erosões e importância da flora.

Com esse formato, além de as crianças não estarem na rua, ainda realizam trabalho preventivo fundamental para a minimização dos problemas ambientais que é a Educação Ambiental.

HISTÓRICO DO PROJETO FLORESTINHA, OBJETIVOS E TRABALHOS DESENVOLVIDOS.

Apesar de ter surgido como ideia de proteção ambiental, a função inicial principal pensada para o Projeto Florestinha da Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul era social. Um Policial Militar Ambiental responsável pela fiscalização de uma reserva florestal de 180 hectares na periferia denominada Matas do Segredo, no bairro Jardim Presidente, em Campo Grande, vivenciava muitos problemas com crianças e adolescentes, quase todos carentes, em que os pais precisavam trabalhar e eles iam às ruas e adentravam à reserva.

Dentro da reserva caçavam animais com estilingues, às vezes provocavam incêndios, lançavam lixo, trazendo grandes transtornos para o ambiente e para a fiscalização. Então, o policial procurou o Comando e propôs criar um projeto no sentido de trazer as crianças e adolescentes para cuidar da reserva. Ao ser aceito o projeto, pensou-se primariamente na proteção social, chamando em parceria o órgão de assistência social do Estado à época (Promossul). Junto com a comunidade foram construídas instalações e o projeto iniciou-se em 23 de novembro de 1992, na reserva, denominada Matas do Segredo, trabalhando com 50 crianças e adolescentes carentes de 7 a 16 anos, tirando-lhes das ruas, ou não permitindo que eles caíssem nelas, dando-lhes a chance de ter uma profissão e ensinando-lhes a serem cidadãos com sensibilidade ambiental.

As crianças que incialmente causavam problemas ambientais à reserva e à fiscalização, podendo inclusive cair na criminalidade ao ser aliciados por traficantes, colocam farda militar e passam a ajudar a cuidar do ambiente. No início O Projeto recebeu a denominação de Guarda Florestal Mirim, que em convênio com o Promossul (Secretaria de Promoção Social do MS) foi possível melhorar o atendimento das crianças. Além das aulas de Educação Ambiental, reforço escolar e treinamentos que eram ministrados por policiais, passaram a receber acompanhamento psicológico, odontológico, reforço alimentar, vale transporte e orientação profissional, que era feita por profissionais do órgão social, sempre em conjunto com os Policiais Ambientais.

Em 2009 foram municipalizadas as ações sociais, passando a ser a parceria no projeto na Capital com a Secretaria Municipal de Ação Social (SAS). Esta Secretaria desenvolve as atribuições a ela pertinentes, ou seja, contribuindo com funcionários da área de Educação e de assistência social, os quais proporcionam às crianças acompanhamento escolar e demais atividades educacionais, além de reforço alimentar. A Polícia Militar Ambiental contribui efetivamente com o aprimoramento do caráter, da disciplina e do senso de responsabilidade das crianças, ministrando-lhes instruções de Moral e Cívica e, especialmente, de Educação Ambiental. Em razão de problemas estruturais na reserva onde se iniciou o Projeto, as atividades mudam também no ano de 2009 para o Parque Municipal Cônsul Assaf Trad, a aproximadamente 3 km de onde funcionava, continuando os atendimentos ao mesmo público.

Em 1998, a partir de parcerias com Prefeituras e outros órgãos, a PMA pôde implantá-lo em mais quatro municípios: Corumbá, Três Lagoas, Bataguassu e Bonito, onde foi fundada pela prefeitura, a “Praça do Florestinha” de Bonito, localizada na Avenida principal daquela cidade, em homenagem ao Projeto, onde há uma estátua de bronze de uma criança fardada.

Em 2006, em parcerias com as prefeituras de Jardim e Guia Lopes da Laguna foi possível implantar o projeto nestes municípios e atender mais 100 crianças. Em 2008 foi implantado com 200 crianças em Três Lagoas. Em 2009 foi implantado em Aquidauana e Anastácio, com mais 120 crianças. A ideia é atender, pelo menos, 1.000 crianças em todo o Estado e, além de tirá-las das ruas e dar formação social e ambiental, também poder encaminhá-las profissionalmente. Em 2010 foi implantado o projeto em Coxim.

Em abril de 2015, a PMA, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) e Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) iniciaram atendimentos para mais 60 alunos, em prédio novo, construído para o Projeto Florestinha. O prédio está localizado no Parque Estadual Matas do Segredo, onde as atividades do Projeto iniciaram-se em 1992, no Jardim Presidente e possui espaço amplo e quadra de esportes. Também em 2015, inicia-se um novo projeto na cidade de Costa Rica, com 50 crianças, em parceria com a Prefeitura.

O Projeto Florestinha é reconhecido pela UNICEF e foi homenageado pela Câmara Municipal de Campo Grande, com o prêmio “Ecologia e Ambientalismo”. Várias crianças que por ele passaram tornaram-se jornalistas, geógrafos, advogados, engenheiros e vários outros profissionais que reconhecidamente admitem a influência do projeto no encaminhamento de suas vidas.

O projeto visa, entre outras coisas, a enfrentar o problema da marginalidade e da criminalidade crescente entre os jovens de bairros periféricos, uma vez que eles são exposto
s a essas mazelas da sociedade. A proposta é de não deixar que os atendidos pelo projeto venham a fazer parte dessas estatísticas. A educação, desenvolvimento artístico e cultural e recreação oferecida aos assistidos constituem as bases do projeto que, além de sociabilidade entre eles, cria também o significado de hierarquia militar e respeito ao próximo.

As crianças utilizam o mesmo fardamento dos policiais militares ambientais, inclusive, em alguns dos projetos são instituídas as promoções como na carreira militar (de Soldado a Coronel), tendo como critérios principais para alcançá-las, as notas escolares, comportamento e antiguidade no Projeto. As promoções são importantes para a autodisciplina. Ou seja, um Oficial não fará nenhuma coisa errada próximo de um patrulheiro de posto inferior.

Desde o ano de 2001, as crianças e adolescentes do Projeto da Capital desenvolvem nas escolas públicas e privadas atividades de Educação Ambiental, por meio do teatro de fantoches, com peças sobre vários temas ambientais, além de se apresentarem nos mais diversos locais do Estado de Mato Grosso do Sul. Iniciam, portanto, a fazer Educação Ambiental. Em 2010, outras oficinas de educação ambiental são implantadas nas atividades, no mesmo formato, em que o Núcleo de Educação Ambiental realizava. Também passam a atuar em cidade do interior. Inicia-se o Plantio de Mudas, com palestra sobre desmatamento, erosões e importância da flora, etc.; a Reciclagem de papel, com palestra sobre os problemas relacionados aos resíduos sólidos e a instalação do museu de animais e peixes taxidermizados e materiais apreendidos em crimes ambientais (empalhados), com palestra sobre fauna, pesca, atropelamentos de animais silvestres.

Em 2012, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) o Projeto localizado no Parque Cônsul Assaf Trad na Capital que já realizava Educação Ambiental é instituído como um Centro de Educação Ambiental, denominado CEA/FLORESTINHA.

3.1 – O Projeto Florestinha de Campo Grande assume as funções de Educação Ambiental da PMA

Em 2015, as crianças e adolescentes do Projeto Florestinha assumem as funções do Núcleo de Educação Ambiental (NEAM). Foram treinadas quatro equipes de cada um dos projetos de Campo Grande para atuarem com todas as oficinas temáticas, as quais os policiais do núcleo executavam em todo o Estado. Isso ocorreu, como forma de racionalização de recursos públicos, visto que faltava efetivo para cuidar do novo Projeto instalado no Parque Nascentes do Segredo, então, os Policiais que realizavam Educação Ambiental passam a cuidar das crianças e adolescentes, os treinam em todos os temas e eles passam efetivamente a fazer o papel que era desenvolvido pelos técnicos da Polícia Militar Ambiental.

Implantam-se então, mais os seguintes temas: Ciclo da Água, com palestras sobre o uso sustentável, poluição e escassez dos recursos hídricos. Casa da Energia, que se trata de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar condicionado, geladeira, micro-ondas etc.). Com esta oficina é realizada a discussão e informação sobre os tipos de energia e a importância ambiental de se economizar este recurso.

Em suma, as crianças e adolescentes do Projeto assumem todos os temas que eram executados pelo núcleo, na capital e Interior. O que se tem percebido, mesmo quando não eram realizadas todas as oficinas, é que a Educação Ambiental realizada pelo Projeto até atinge melhor os objetivos, tendo em vista, abertura e segurança que os alunos das escolas sentem com relação à discussão dos temas com os Florestinhas. Com os Policiais Militares Ambientais, algumas vezes, esses alunos tinham receio de perguntar e discutir os temas. Ou seja, havia um distanciamento, que passou a não mais existir com os temas e teatro desenvolvidos pelos seus pares do Projeto, que são crianças e adolescentes como eles. Em suma, são crianças e adolescentes discutindo e planejando o ambiente, para as futuras gerações.

PMA

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