17/07/2016 08h32
O que faz com belo corpo que Deus te deu por herança?
Dirce Ruiz Braz
O que faz com belo corpo,
Que Deus te deu por herança?
Ocioso, vagaroso, preguiçoso!?
A enxada no pé da árvore,
Já ficou enferrujada.
Levanta, vê se toma coragem,
É cedo que se produz.
Nada se consegue de graça,
Enquanto no céu, o sol passeia,
Fazendo a parte dele.
Para se ter a garapa,
Põe a cana na moagem.
Garimpeiro que não se esforça,
Não encontra pedra preciosa,
Fica a revirar o cascalho.
No calor do dia, o suor,
No rosto, a escorrer os pingos,
No pensar, os choramingos.
Acorda cedo, arruma a marmita.
Na sacola costumeira,
Às vezes leva na brincadeira…
Improvisa o fogão à lenha,
Arroz, feijão e a batata frita.
Oh! Danada vida…
Reclamava e resmungava…
Melhor assim, ao invés
De cutucar as feridas.
Aprenda seu moço, a lição,
Só na dureza da vida,
O pedido lá pro céu,
Pra que a sorte grande,
Apareça no portão,
Ou venha de carruagem,
Puxado por puro sangue,
Mais parecendo miragem.
O homem recebe, enfim,
Tudo o que precisa:
Trabalho! Oportunidade!
Assim, tudo depende,
Abrir seu próprio caminho,
Arrancá-lo dos espinhos,
Dando asas a felicidade.
Não reclame, não retarde,
Não invejes o que não é teu.
Dentro de ti, o tesouro,
Em algum canto escondido.
Negligente contigo mesmo.
Por favor, vira gente!
A casa que não é cuidada,
O cupim sempre aparece,
O teto ruído, desabado.
Suas escolhas… É o que acontece!
Dirce Ruiz Braz é jornalista, escritora, diretora-presidente da ABRAPEC e autora do livro “Na Simplicidade do Coração