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Dores sem limites

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25/03/2017 11h02

‘…Os elos entre as pessoas são intrincados e fronteiras imaginadas na teoria raramente se consolidam na prática.’

Oscar D’Ambrosio

Não são poucas as vezes em que se tenta estabelecer limites em relacionamentos seja dentro ou fora da família. Trata-se de um exercício raramente realizado com sucesso, pois os elos entre as pessoas são intrincados e fronteiras imaginadas na teoria raramente se consolidam na prática.

O filme ‘Um limite entre nós’ (‘Fences’) trata exatamente das cercas que podem existir, queiramos ou não, principalmente entre aqueles pessoas com as quais se têm laços de sangue. Tudo gira em torno de Troy, personagem interpretado por Denzel Washington, também diretor e produtor da obra, originalmente uma peça de teatro.

Aos 53 anos, Troy lida mal com a frustração de ter a sua carreira de jogador beisebol interrompida pela idade avançada e por questões raciais. Coletor de lixo, enreda-se com um relacionamento fora do casamento, com um filho músico e outro que deseja jogar futebol americano, além de um irmão com problemas mentais após sofrer ferimento de guerra.

A pedido da esposa, Troy ergue uma cerca em torno da casa. Metaforicamente está ali uma dualidade essencial. Ela serve para não deixar entrar, para não permitir que os que estão ali saiam ou para as duas situações? Indica, acima de tudo, as batalhas internas de quem sucumbe às dores e aos desafios de precisar dar mais do que pode, de fato, oferecer.

Colaboração de Oscar D’Ambrosio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.

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