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Nutricionistas em roda de conversa sobre valorização de hortifruti regionais

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18/07/2017 23h37

CAMPO GRANDE/MS – O melhor aproveitamento de hortifruti regionais na alimentação escolar foi tema de palestra ministrada nesta terça-feira (18) às nutricionistas da Suale (Superintendência de Alimentação Escolar), da Secretaria Municipal de Educação.

O tema foi abordado pela nutróloga Clara Terko Brandão, responsável pela criação do programa de orientação alimentar contra a desnutrição, implantado em todo o país e em outros 15 países da América Latina, África e Ásia, quando ela atuava no Ministério da Saúde.

Durante a palestra, a nutróloga falou sobre como é possível oferecer aos alunos uma alimentação de qualidade, valorizando a produção regional, o que acaba barateando o custo das refeições porém, mantendo o valor nutritivo.

O ponto primordial, segundo Clara Brandão, é apostar na agricultura familiar para oferecer produtos frescos. Ela acredita que o papel das nutricionistas na seleção do cardápio é fundamental, pois pode contribuir com essa mudança nos hábitos alimentares das crianças, melhorando sua qualidade de vida.

“Com o aquecimento global estão retornando doenças infecciosas, aquelas que praticamente tinham sido extintas, como a sífilis congênita, poliomielite, sarampo e pneumonia. Isso ocorre porque temos uma redução da imunidade, por isso precisamos trabalhar as causas e não as conseqüências, não basta eu trabalhar o custo, tenho que trabalhar a qualidade do alimento oferecido”, destacou.

A nutricionista comenta que existem alimentos que tem alto valor agregado e podem ser substituídos, como o trigo. Ela sugere sua substituição pelo milho, arroz e mandioca, produtos em que o país é autossuficiente na produção e que possuem menor reação alérgica do que produtos importados.

A secretária municipal de Educação, Ilza Mateus ressaltou o empenho da equipe de nutricionistas em elaborar cardápios que atendam as necessidades de cada faixa etária e disse que uma das prioridades da gestão atual é possibilitar a troca de experiências e informações através de profissionais especializados.

“Nossa preocupação é com a qualidade e valor nutricional da alimentação que oferecemos para nossas crianças. A Clara é uma profissional muito competente e conhece profundamente o assunto, por isso as nutricionistas terão boas informações para valorizar bem os alimentos que são adquiridos pelo nossa superintendência”, afirmou a secretária.

Refeições

Por dia, a Semed fornece mais de 170 mil refeições para os alunos da Rede Municipal de Ensino (Reme) e já existe a preocupação em levar produtos frescos, da agricultura familiar, para a merenda das crianças.

A chefe da Divisão de Programação de Segurança Alimentar, Fátima Souza explica que a palestra endossou a proposta da atual gestão.

“A visita desta profissional é importante para orientar as nutricionistas. As informações prestigiam os pequenos produtores e agregaram valor na manutenção de nossa alimentação”, disse.

“A roda de conversa foi excessivamente válida, pois proporcionou um momento de reflexão entre a equipe sobre como conduzir uma elaboração de cardápio de modo sustentável, com alto valor nutricional, saboroso e de preparo rápido, respeitando os hábitos alimentares regionais”, afirmou a nutricionista Suelen Rotela.

Para o superintendente de alimentação escolar, Adaltro Pinto outro ponto valorizado no trabalho da nutróloga é o combate a desnutrição infantil. “Ela faz um trabalho muito importante nesse sentido e quando oferecemos um cardápio que contempla todos os nutrientes, ajudamos a combater esse problema”, ponderou.

Hortifrutis

A Reme segue as orientações do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) quanto a aquisição de gêneros alimentícios, que determina o incremento dos cardápios com produtos da agricultura familiar, valorizando os empreendedores rurais.

Para essas compras, a Secretaria de Educação investe o valor máximo previsto no programa, que é de 30% dos recursos repassados pelo Ministério da Educação, o que, atualmente soma um montante de R$ 3 milhões por ano. As compras são feitas através de chamadas públicas e contempla produtos como abóbora paulista, abóbora verde, alface, banana maçã, banana nanica, batata doce, beterraba, cebolinha, cenoura, couve, laranja, melancia, repolho, salsa e tomate.

CG Notícias

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