23/09/2017 07h20
Setembro ainda não acabou mais já é o mês com o maior número de focos de incêndio registrados no Brasil. A informação é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que realiza esse monitoramento desde 1999. Os dados revelam que foram cerca de 95 mil queimadas em 22 dias. De acordo com Instituto, esse é o maior número de focos em um mês – e não apenas de setembro – de todos os tempos.
A pesquisa revelou ainda que 2017 é o 2º ano com o maior número de queimadas da história se for considerado o período de janeiro a setembro, 185 mil focos registrados. Esse ano só perde para 2010, que registou 194 mil focos.
A explosão de focos de incêndio nos últimos três meses, aliás, já faz de 2017 o 2º ano com o maior número de queimadas da história se for considerado o período de janeiro a setembro (185 mil). Só perde para 2010. Quando o número do mês de setembro deste ano estiver consolidado, no entanto, é bem possível que 2017 já esteja na liderança, com mais que os 194 mil focos de sete anos atrás.
Estados críticos
A situação é bastante crítica em alguns Estados, como no Pará, onde foram registrados 22.189 focos de incêndio apenas em setembro – um aumento de 462% em relação ao mesmo mês do ano passado. De novo: isso sem contar que o mês ainda não terminou. Como efeito de comparação, em todo o ano de 2016, foram 29 mil focos no estado.
Em Mato Grosso, mesmo com o período proibitivo para queimadas implantado pelo governo, novos focos são registrados a toda hora. Um novo prazo já é discutido para tentar minimizar os efeitos dos incêndios.
No Tocantins, já são 9.109 pontos de calor detectados pelos satélites em setembro. Um incêndio no Parque Nacional do Araguaia já destruiu 70% de sua área. O fogo se alastrou tanto que brigadistas desistiram de combatê-lo.
Monitoramento
O monitoramento por satélite do Inpe consegue diagnosticar todos os focos de incêndio que tenham pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura.
Segundo o Inpe, as queimadas destroem a fauna e a flora nativas, causam empobrecimento do solo e reduzem a penetração de água no subsolo, além de gerar poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à aviação. Denúncias de incêndios criminosos podem ser feitas ao Corpo de Bombeiros, às prefeituras, às secretarias estaduais do Meio Ambiente e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Boas Práticas de Prevenção
A fim de orientar nossos gestores locais sobre o assunto, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) elaborou informações de boas práticas a serem seguidas para evitar queimadas:
• Promovam anúncios aos fumantes no sentido de evitar jogar pontas de cigarros pela janela do veículo, uma vez que na baixa umidade desse período a vegetação seca se incendeia com muita facilidade;
• Oriente os proprietários rurais e a população em geral para ficarem atentos ao crescimento de vegetação (mato) próximo as residências e rodovias, fazendo aceiros para que o fogo não se alastre;
• Não jogue lixo, latas de metal, cacos e garrafas de vidro que podem se aquecer ao sol e acabar dando origem às queimadas;
• A capinação de terrenos deve ser sem uso do fogo;
• Não acumular lixos e vegetação seca para que não sejam objetos de incêndios;
• Oriente a população para não fazer fogueiras de nenhuma espécie;
• Solicite para as pessoas não soltarem balões, além de perigoso, é crime conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9605/98). O balão pode cair aceso em florestas, residências e indústrias, produzindo grandes prejuízos patrimoniais, ameaça ao nosso meio ambiente e até mesmo colocando a integridade física e a vida das pessoas em risco;
• Ainda segundo orientações do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, o uso de fogo para limpeza de terrenos é proibido e no caso de incêndio provocado em mata ou floresta, a Lei de Crimes Ambientais, no art. 41, prevê a pena de reclusão de dois a quatro anos e multa.
• Em caso de incêndios o telefone de emergência dos Corpos de Bombeiros é o 193.
A entidade ainda destaca que são vários os fatores que podem acarretar em um incêndio florestal. Todavia, quanto mais pudermos nos antecipar, mais precavidos estaremos caso algo aconteça.
Agência CNM, com informações do G1