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‘Discriminação ao trabalho da mulher vai aumentar com as reformas’

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11/11/2017 10h30

A mulher, que já sofre uma lamentável discriminação no mercado de trabalho, onde seus vencimentos são bem inferiores aos dos homens, será a maior vitima das reformas trabalhistas que estão sendo empreendidas pelo Governo Federal, com o aval e o apoio tanto do legislativo como do judiciário. Essa é a conclusão de sindicalistas de todo país que participam em Campo Grande, da XXI Plenária da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União), com a participação e apoio do Sindjufe/MS.

“Com a reforma trabalhista virão grandes prejuízos aos trabalhadores e em especial às mulheres. A jornada intermitente, por exemplo, em que o trabalhador fica 24 horas à disposição da empresa, mas o valor a ser pago pode ser fixado apenas de acordo com o horário que será trabalhado ou com o serviço que será feito”, explica Adriana Faria, coordenadora jurídica e parlamentar da Fenajufe.

Na abertura dos trabalhos, Adriana Faria falou para mais de 500 sindicalistas presentes, que a mulher perderá, com as reformas, a estabilidade de emprego no período de gestação; Licença maternidade e outros benefícios. Diante disso ela chegou a uma conclusão dramática, dizendo que a mulher terá que fazer opção entre procriar e trabalhar, pois os dois juntos ficará muito mais difícil com os rigores do mercado por conta das mudanças que foram e estão sendo impostas.

Como se não bastassem as mudanças com a reforma trabalhista está em vigor também a terceirização, que proporcionará de vez um distanciamento muito grande do empregado com a empresa. Os profissionais serão, a partir de agora, apenas números, que serão substituídos com extrema facilidade, como se o ser humano fosse objeto, uma mercadoria.

APOSENTADORIA – Outra questão polêmica levantada neste segundo dia da plenária Fenajufe foi a questão da reforma da Previdência pretendida pelo Governo. De acordo com Antonio César Amaral Medina, coordenador administrativo do Sindjufe/MS, todos os trabalhadores perderiam com ela. Tanto profissionais da iniciativa privada como pública.

Adriana Faria criticou a pretensão do governo de aprovar essa reforma fatiadamente, começando com o aumento da idade para se ter direito à aposentadoria. A idade dos homens passaria de 60 para 65 anos enquanto que para as mulheres, de 55 para 62. “Esses números demonstram bem a grande perda que as mulheres teriam, pois aumentaria para ela 7 anos mais até que ela tenha direito de se aposentar, enquanto para os homens, o aumento seria de 5 anos.

UNIR FORÇAS – Já na abertura dos trabalhos os integrantes da XXI Plenária Fenajufe já haviam concluído que esse encontro em Campo Grande precisa ser um marco na luta sindical para barrar as reformas como o governo está fazendo, em detrimento das famílias dos trabalhadores brasileiros. Os sindicatos de servidores do poder judiciário federal e MPU de todo país pretendem se unir com as demais forças sindicais e centrais para lutar contra essa onda em prejuízo aos trabalhadores.

“Vamos trabalhar também pela revogação da Lei trabalhista que entra em vigor neste sábado (11) em todo o País. Também vamos formar uma frente de luta em defesa da Justiça do Trabalho que pode ser extinto por conta dessas famigeradas mudanças”, afirma Mara Weber, coordenadora de Imprensa e Comunicação da Fenajufe.

Mara Weber afirma ainda que o grau de ataque aos direitos dos trabalhadores é violento. “Lamentavelmente o Estado de direito foi quebrado em nosso país e por isso precisamos nos organizar e somar forças com outras correntes para sermos fortes nesse momento de luta”, afirma.

Elvio Vargas, membro do Comitê Estadual (MS) Contra as Reformas e Genilson Duarte, presidente da CUT em Mato Grosso do Sul participaram da abertura dos trabalhos da XXI Plenária Fenajufe e afirmaram que o comitê, que reúne várias centrais e sindicatos e federações de trabalhadores, é um exemplo de união, no Estado, em torno dos interesses dos trabalhadores. Eles teceram duras críticas contra o governo “ilegítimo” de Michel Temer.

Assessoria de Imprensa

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