09/09/2018 06h37
Uma pesquisa recente trouxe dados preocupantes sobre a área de auditoria corporativa. O levantamento, feito com 748 lideranças globais, formadas por profissionais da área de auditoria financeira, foi executado pela consultoria Protiviti, em parceria com a Utica College. Segundo a pesquisa, uma em cada cinco organizações acreditam que não existam casos de fraudes em seus ambientes corporativos.
Além disso, 43% das empresas não possuem treinamento sobre ética e fraude e 16% não possuem nenhum profissional responsável por gerenciar programas de risco de fraude. O relatório mostra que a confiança em agentes externos também é baixa, já que uma em cada três organizações não sentem confiança em fornecedores, por acreditarem que eles são portas de entrada para crimes cibernéticos, fraude de fornecedores, propinas, tráfico de seres humanos e violações de privacidade.
No Brasil, o cenário é parecido, mas com um fator alarmante a mais, segundo Alessandro Gratão, líder das práticas de auditoria interna e financial advisory da Protiviti: “Os riscos de fraude no Brasil são potencializados por questões culturais como a burocracia; a baixa maturidade de processos internos; os controles altamente dependentes de pessoas; a pressão situacional e conflitos de interesses não mapeados; os investimentos limitados em auditorias internas e também em segurança da informação”, explica o executivo.
Auditar o risco leva tempo e demanda um planejamento cuidadoso. Para uma abordagem adequada, é fundamental a qualificação e a reciclagem dos profissionais que atuam no combate à fraude, de acordo com o executivo. “Acesso a ferramental de análise adequado também é um ponto importante para o gerenciamento dos riscos de fraude. Normalmente as empresas não estão municiadas de tais recursos pela especificidade requerida, sendo que, nesses casos, é recomendada a utilização de apoio de parceiros especializados que agem por demanda, de forma preventiva ou em resposta a eventos adversos”, conclui o especialista.
A fraude gera impactos financeiros e de reputação muito grandes a uma organização. De acordo com o estudo Report to the Nations, realizado pela organização antifraude Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), em 2017 as empresas perderam mais de US$ 7 bilhões por causa de práticas fraudulentas. A descoberta dessas fraudes pode demorar de seis a 60 meses.
