08/10/2018 14h41
A Norwegian Air UK Limited é a terceira maior companhia aérea de baixo custo da Europa, modalidade chamada de low cost. Fica atrás apenas de Ryanair e Easyjet. Em agosto deste ano, recebeu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para operar no Brasil. O intuito da empresa é oferecer transporte internacional de passageiros, cargas e mala postal por um preço mais atrativo.
“Estamos satisfeitos que a permissão nos foi dada para voar entre o Brasil e o Reino Unido, por parte das autoridades brasileiras”, afirmou a empresa em um comunicado na ocasião. “O Brasil tem um grande potencial e acreditamos que os novos voos com preços baixos vão permitir que um número maior de pessoas possa voar, incentivando o turismo e as economias locais”. O objetivo é oferecer passagens aéreas baratas para três destinos iniciais: São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza.
A Norwegian Air foi eleita pela sexta vez consecutiva a melhor companhia de baixo custo do continente europeu. Ela afirma ter a frota de aviões mais jovem do mundo, com uma média de idade de apenas 3,7 anos. Hoje conta com mais de 60 rotas, 11 delas fora da Europa. A rápida expansão levou a empresa a ser cortejada por vários investidores.
Outras empresas aéreas de baixo custo também miram o Brasil. Em setembro, a Sky Airline enviou um pedido para a ANAC para operar voos entre o Brasil e o Chile. Ela já possui autorização jurídica para funcionamento desde 2013, mas ainda não havia obtido permissão operacional. Os voos começam a ser operados a partir dos dias 5 e 6 de novembro deste ano, partindo de Rio de janeiro e Florianópolis, respectivamente, e de São Paulo a partir de 17 de dezembro.
A Avian Lineas Aéreas, subsidiária da Avianca na Argentina, tem autorização desde julho deste ano para operar, mas para voos não regulares. Já a Flybondi, também argentina, já tem autorização jurídica desde julho do ano passado e pretende entrar em breve com pedido para operar, para atuar a partir de 2019.
Um entrave legal, no entanto, pode prejudicar a estadia dessas empresas no país. Como as companhias são de baixo custo, elas cobram pela maioria dos serviços à bordo e é dessa forma que conseguem a maior parte dos lucros.
De acordo com a Revista Exame, algumas companhias conseguem até 40% da receita com cobranças extras. No ano passado, as 10 empresas que mais lucraram com receitas provenientes de itens adicionais faturaram quase US$ 30 bilhões em vendas adicionais.
A Norwegian, por exemplo, cobra até 186 reais pela alimentação para passageiros com bilhete LowFare. Cobertores (5 dólares ou 20 reais) e fones de ouvido (3 dólares ou 12 reais) são oferecidos para todos os clientes. O despacho de bagagem e a marcação de assento também são cobrados – e são justamente esses dois pontos que podem ser vetados no Brasil.
Os senadores brasileiros aprovaram um projeto de lei que proíbe a cobrança pela escolha de assentos. O projeto ainda precisa passar pela câmara dos deputados, e, se aprovado, segue para veto ou sanção do presidente da república.
Além disso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ,atualmente, faz campanha contra eliminação da cobrança de bagagens, classificando a prática como ilegal e abusiva para os consumidores. Se essas iniciativas prosperarem, serão um grande problema não só para as companhias nacionais como principalmente para as internacionais de baixo custo.
Assessoria de Comunicação