O cruzamento industrial é a solução da pecuária brasileira para o aumento da produtividade e consequente melhoria do resultado econômico. Essa técnica permite a união das melhores qualidades de duas raças (bos indicus e bos taurus) e a complementariedade dispara o conceito da heterose, o que possibilita obter indiscutíveis ganhos em termos de precocidade e conformação de carcaça. No final, estamos falando em mais carne, em menos tempo e em menor área – adicionalmente, a questão ambiental é um bônus fantástico.
Nesse processo, os produtores reconhecem a necessidade de investimento em boa genética, sanidade, nutrição e manejo. É exatamente no manejo que o cercamento eficaz e inteligente contribui para a proteção dos animais, mas também para o sucesso do negócio.
Os números mostram o espetacular aumento da produtividade da pecuária brasileira nas últimas décadas. Nesse contexto, salta aos olhos o avanço em termos de produção sustentável, representada pela preocupação ambiental, mas também de conforto e bem-estar dos bovinos. A integração-lavoura-pecuária-floresta surge com força, já representando mais de 16 milhões de hectares.
Novamente, é importante destacar o papel do cercamento nessa pecuária moderna e responsável. A separação dos pastos e a proteção do gado contra invasores são tópicos valorizados desse item cada vez mais essencial na pecuária intensiva.
De modo geral, as cercas têm como prioridade fazer a divisão de áreas. Porém, sua atuação vem crescendo. O cercamento de qualidade proporciona maior controle das áreas onde os animais pastam, sendo possível controlar possíveis subpastejo ou superpastejo.
Além disso, com o uso racional das cercas é possível fazer o melhor controle zootécnico na propriedade, categorizando os animais por tamanho, idade, sexo ou objetivos produtivos.
Ainda no quesito sustentabilidade, a cerca é chave para manter o equilíbrio entre o bem-estar do rebanho, o desempenho zootécnico e o meio ambiente, envolvendo a necessária preservação de solo, rios e áreas de preservação permanente. E isso vale para todas as categorias animais, seja cria, recria ou terminação.
O ponto central é que o sucesso do cruzamento industrial é uma soma de vários fatores – muito mais que genética, saúde e nutrição. Não há pecuária intensiva sem a correta divisão de pastos e o controle de áreas onde os animais podem caminhar livremente e se alimentar com qualidade.
Assim como há animais que se adaptam mais facilmente a determinado tipo de clima e ambiente, existem cercas especificas para cada relevo e diferentes condições climáticas.
Uma dica para os pecuaristas é sempre fazer o check-list para avaliar se sua propriedade está pronta para intensificar a atividade. Os criadores que consideram apenas a questão genética podem estar condenados a obter baixo desempenho da produção, mesmo com gado selecionado. Há diversos aspectos importantes a considerar e, no caso específico do manejo, uma boa cerca faz a diferença.
Em lugares com maior incidência de vida selvagem, como por exemplo o Pantanal, onças e outros animais costumam atacar propriedades. As perdas podem ser grandes, dependendo da frequência dos ataques. Em regiões de alta incidência de ataques, a proteção do plantel é essencial.
O aumento da demanda mundial por carne bovina é cada vez mais evidente. Numa outra ponta, não é suficiente apenas ter oferta de proteína animal. A exigência dos consumidores finais inclui produção mais eficaz e sustentável, com melhores condições sanitárias.
Por: Guilherme Vianna, gerente de negócios da Belgo Bekaert