O uso do pó de rocha – ou remineralizadores de solo – pode ser mais um importante trunfo do Brasil para garantir a fertilidade do solo, conseguir produtividade nas lavouras e ampliar a capacidade de retenção de carbono, dessa forma contribuindo para o alcance dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) do milênio estabelecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas). O tema foi abordado na palestra Uso de Remineralizadores de Solo apresentada na tarde desta terça-feira (7) pelos pesquisadores Magna Bergmann e Cesar Martoreli da Silveira.
A palestra foi proferida para um público seleto de técnicos e empresários do ramo de mineração, no auditório do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e transmitida ao vivo pela página da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) no Facebook. O secretário da Semagro, Jaime Verruck, fez a abertura do evento, agradeceu e cumprimentou os pesquisadores e o público presente, e afirmou que a tecnologia é bem-vinda e se junta aos esforços dos produtores rurais para garantir solo fértil, produtividade e produção sustentável.
Magna Bergmann é geóloga, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro e fez uma explanação aprofundada sobre as propriedades das diferentes rochas disponíveis no país e no Estado, as técnicas necessárias e a possibilidade do uso desse insumo como corretivo e fertilizante do solo. O professor doutor em Produção Vegetal pela Unesp de Jaboticabal (SP), Cesar Martoreli da Silveira, apresentou estudos mostrando os efeitos do pó de rocha no melhoramento do solo. Ele já testou o insumo no cultivo de milho, soja, amendoim e cana-de-açúcar, sendo que essa última cultura foi testada em lavoura, apresentando índices satisfatórios de fertilidade.
A ideia é aproveitar o subproduto das mineradoras – que acabam gerando montanhas de resíduos de rochas – para aplicar nas lavouras e promover a reestruturação do solo para garantir uma fertilidade mais duradoura do que a obtida com a aplicação de insumos industriais como o NPK, explica Magna Bergmann. O pó de rocha não é capaz, sozinho, de substituir o uso de fertilizantes industriais num primeiro momento, porém o uso prolongado pode levar o solo a uma regeneração que forneça a maior parte ou todos os nutrientes que a planta necessite.
“As pesquisas criam oportunidades para que possamos avançar”, pondera o professor Cesar Martoreli. Os resultados já obtidos apontam para vantagens seguras tanto aos produtores, como para os mineradores (que encontram um interessante filão para comercializar esse subproduto), quanto para o meio ambiente, já que o pó de pedra demonstra mais eficiência na retenção de carbono e numa reestruturação do solo que garanta fertilidade por um período mais longo do que com o uso dos fertilizantes convencionais.
Os pesquisadores continuam no Estado, visitando mineradoras e propriedades rurais para aprofundar as análises e estudos com o pó de rocha aplicado especificamente no solo do Estado.
Com informações de João Prestes, Semagro