O terrível ano de 2021, não sei ainda se mais ou menos do que o ano de 2020, está acabando, graças a Deus. E termina com a descoberta de uma nova variante do vírus, mais contagiosa que as anteriores, cogita-se. Estão fazendo estudos para saber o quão contagiosa ela é, se as vacinas existentes vão cobrí-la e se ela é mais letal ou não. Espera-se que as vacinas que estão aí tenham eficácia e combatam também esta nova cepa do coronavírus. Tomara, pois justo agora que se via o fim deste flagelo que contaminou o mundo todo e que já matou mais de cinco milhões pelo planeta, aparece uma notícia dessas. Mais um Natal com pandemia, infelizmente.
O fato é que a data maior da cristandade está aí e 2022 está para começar e temos que confiar que a renovação, o renascimento que o Natal nos traz fortificará a nossa fé no Universo para que o novo ano seja melhor. E será. As vacinas anti-covid hão de ser eficazes e seguras para a nova e temerosa cepa, uma boa parcela das pessoas pelo mundo estão imunizadas, apesar do negacionismo e das campanhas anti-vacinas. Teremos que continuar com os cuidados, ainda em 2022, enquanto as vacinas seguem sendo administradas em todo o planeta, sim, para que o flagelo diminua e possamos respirar mais aliviados, falar com as pessoas de perto, abraçar e beijar nossa família, nossos amigos, nossos amores.
Poderemos trabalhar, ir à escola, a restaurantes, ao teatro, visitar os amigos, reunirmo-nos novamente, voltar ao “normal”, mesmo que não seja o normal de antigamente, mesmo que seja um novo “normal”. Porque a falta de proximidade, a solidão, a falta do abraço e da convivência em 2020 e parte de 2021 nos mudou, a pandemia mudou todo o mundo e precisamos nos adaptar a um “novo” normal. Mas se passamos por dois anos de pandemia, terríveis, como não nos adaptarmos a um “novo” normal? Desde que a ameaça seja afastada, enfrentaremos tudo, e há muito que enfrentar, pois a economia está seriamente prejudicada, a inflação está subindo a olhos vistos e não há trabalho para todos que ficaram sem ele, mais do que antes da pandemia. Temos muita dificuldade pela frente, mas se for sem a covid 19, com uma covid 19 mais amena, venceremos.
O Natal será feliz, o ano de de 2022 será melhor, se Deus quiser. Que venha 2022, o ano do abraço, do beijo, do sorriso com os dentes à mostra, do abraço de mãos. Nunca imaginei que não poder ver o sorriso do outro doeria tanto em nós. Mas aprendemos a sorrir com os olhos, não foi? Então o novo ano do abraço, do beijo, das mãos abraçadas será o ano do sorriso com dentes, que acompanhará, finalmente, de novo, o sorriso dos olhos. Tenho plena consciência do valor disso tudo, pois nesses dois últimos anos abençoados deixei de abraçar meu neto, minhas filhas, meus irmãos, minha mãe, meus amigos. Sei a falta que isso faz. Então vamos fazer um Natal feliz, sem aglomerações, com cuidado, pois o vírus ainda está circulando por aí. Vamos pedir de presente de Natal que o vírus fatídico perca a força, que vire só “uma gripezinha”, mesmo que fique indefinidamente por aí e que tenhamos que tomar vacinas todos os anos, como fazemos para a gripe.
Feliz Natal para todos. E quando digo isso, não é da boca pra fora, não é uma formalidade. É um desejo forte, uma certeza como nunca tive antes. Precisamos comemorar o Natal segundo o que ele realmente é. E Natal não é Papai Noel, simplesmente, que é no que ele se transformou, infelizmente. Natal é um Menino nascendo nos corações das pessoas, é renascimento, é renovação. Não esqueçamos disso. Vamos comemorar o aniversário do Menino com ele presente. Na nossa alma, em nosso coração.
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br