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Tendência de restruturações financeiras e recuperações judiciais para o próximo ano

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A expectativa para o próximo ano é de aumento grande no número de recuperações judiciais e restruturações financeiras, comparativamente, aos anos de 2021 e 2020. Os grandes fatores que irão empurrar as empresas a pedirem a proteção judicial incluem os seguintes aspectos:
 

O primeiro deles diz respeito à subida da Taxa Selic para o patamar de dois dígitos, portanto, muito acima dos 2% aa que tivemos no período inicial da pandemia, que foi viabilizado por uma política bem acomodativa do Banco Central (Bacen), que além de baixar os juros, injetou um grande volume de liquidez no sistema financeiro. De fato, a política do governo funcionou muito bem e evitou uma crise de liquidez no mercado, que combinada com uma postura também flexível por parte dos bancos ao serem mais flexíveis com relação à renegociação dos prazos de pagamento para empresas com mais dificuldades, criou um cenário muito favorável para gestão dos passivos das empresas.
 

Além disso, as indústrias atuando em diversos setores estão experimentando dificuldades na cadeia de suprimentos com o fornecimento de insumos, matérias primas e embalagens que estão limitando a produção potencial, combinadas também com uma alta inflação de custos dos insumos. No caso dos importados, além de refletirem um aumento do custo do dólar, há também uma reprecificação em moeda estrangeira. Isso irá reduzir tanto as receitas como também a margem de rentabilidade, o que deve aumentar o stress das empresas que já se encontram em situação financeira e de liquidez mais frágil.
 

Soma-se a isso as incertezas políticas durante o próximo ano devido às eleições, no último trimestre, que devem aumentar a cautela do capital externo, pressionando cambio e taxas de risco. Por fim, a dificuldade de contratação e aumento no custo de mão de obra qualificada também serão fatores que aumentarão os desafios das empresas na execução das estratégias de negócio.
 

Mais uma vez, as empresas que irão sair mais fortes deste cenário desafiador serão as que conseguirem atravessar esse período de turbulência com um colchão de liquidez robusto, que permita acomodar bem os choques de rentabilidade e disponibilidade de funding, assim como aproveitar grandes oportunidades de negócio que devem aparecer no caminho”, analisa o sócio.
 

Quem conseguir executar uma estratégia financeira que permita uma posição de liquidez robusta, com foco em maximizar caixa e liquidez, e gestão dos passivos para um prazo mais longo, combinado com execução rígida de controle de custos, serão os grandes vencedores deste próximo ciclo que se aproxima.

*Por Alan Riddell – sócio-líder de Capital Advisory na KPMG

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