Para muitos, trabalho é sofrimento e representa sair da inércia. Para outros tantos, ofício é vida. É transformação externa e interna. É agir com naturalidade por não conseguir ficar parado. Neste sentido, a labuta é um modo de vida que se alinha com os ensinamentos do mestre Nazareno: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5:17). Por meio do ofício há a melhoria tanto da sociedade quanto da própria pessoa. O ambiente é modificado através das práticas e das ações que o transformam muitas vezes para melhor. Ilustra-se como exemplo, a invenção do automóvel. O meio preferido de transporte não apenas alterou o ambiente exigindo ruas e organização do tráfico como também impacta a própria coletividade e o tempo. Ninguém espera voltar atrás e viver apenas a pé. Todavia, há elementos contras que exigem aperfeiçoamento contínuo. Nenhum sistema de transporte é perfeito, mas é inegável seu papel. Por outro lado, a labuta faz com que o indivíduo se modifique internamente, seja pelos ganhos de experiências, seja pelo modo de tratamento dado às pessoas, clientes e colegas. Somos influenciados a oferecer o nosso melhor, tanto em termos de inteligência e conhecimento quanto de postura social. Mais do que a espera do pagamento monetário, o trabalho e as práticas podem recompensar também o coração e os sentimentos. Agir de forma abnegada ao bem do próximo expressa a bondade interior do ser. É a sabedoria do coração.
Por Paulo Hayashi Jr – doutor em administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.