O homem e a mulher só podem considerarem-se realizados, ao longo ou no final da jornada, se conseguirem bem educar, formar e encaminhar os filhos para a vida. Que sejam alicerçados em bons princípios morais e espirituais, que os façam trilhar o caminho com dignidade, honestidade, respeito e amor a Deus e ao próximo.
Para o sucesso dessa grande e difícil missão, é necessário que o pai e/ou a mãe, comecem cedo o trabalho com os filhos. A partir dos primeiros anos de vida, a criança tem capacidade de captar e aprender. É quando começa a moldar o seu caráter, pela maneira de ver, ouvir, pensar e fazer as coisas nos primeiros anos de vida. Por isso é de vital importância que aprendam sobre obediência, disciplina, responsabilidade e trabalho.
Ensinar autossuficiência (material e espiritual) à criança é fundamental para o sucesso de sua formação como cidadão exemplar de amanhã. Estudos e testemunhos comprovam que adultos são mais capazes de viver bem profissionalmente, socialmente e espiritualmente quando aprendem o Evangelho de Jesus Cristo e praticam sua doutrina e seus princípios desde a infância e a juventude no lar.
Élder Hugo E. Martinez, membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, num discurso proferido no domingo passado (3) afirmou: “A autossuficiência é definida como a capacidade, o compromisso e o esforço de satisfazer as necessidades espirituais e materiais da vida para si próprio e a família”. Ele diz também que nós nos tornamos autossuficientes ao longo da vida ao desenvolvermos nosso crescimento espiritual, ao melhorarmos nossa saúde física e emocional, ao nos esforçarmos para obter mais estudos e melhor emprego e ao estarmos materialmente preparados.
A formação e fortalecimento espiritual da criança pode ser feito de diversas formas, como frequentar a igreja regularmente, ler as escrituras em família, fazer orações diárias em família ou individualmente com cada filho ao acordar e ao deitar, e inclusive pelo exemplo dos próprios pais e de Jesus Cristo.
A autossuficiência material e profissional vem também desde cedo com o ensino, pelo país, sobre o valor das coisas. A criança precisa entender que nada cai do céu e que é preciso trabalho para se conquistar um bem. Para isso, mesmo ela, pequenina, precisa ter responsabilidades que a fará compreender isso.
O simples juntar de brinquedos espalhados e ajudar na arrumação das próprias gavetas, dobrando suas roupas, são tarefas que podem ser feitas diariamente, numa rotina de aprendizado. Elas podem ajudar (ou tentar, não importa) na execução de determinados serviços como a lavagem de uma varanda, de automóvel, bicicleta, esfregando um chão, enfim, são inúmeros pequenos servicinhos que podem ser feitos com humor e alegria, mas que vão ajudar muito na formação de um cidadão útil e participativo.
Antigamente, quando o tempo passava mais lento e os pais pareciam ter mais tempo para interagir e educar os filhos, uma prática comum nos lares era o estabelecimento de “mesadas” aos filhos. Tratava-se de uma pequena quantia em dinheiro dada mensalmente com o propósito de que guardassem, juntassem e planejassem como e onde gastar. Isso era muito saudável, pois permitia aos pequenos fazer contas, planejar e até ser criativo no trabalho para auferir maiores somas para então aplicar no que desejava.
Essa prática se perdeu com o tempo e com a modernização e correria do dia a dia, de pais e dos próprios filhos, ficou ainda mais distante esse processo. Hoje, a maioria recebe o recurso que pode sem critério algum de trabalho ou merecimento para recebê-lo. Os pequenos até ficam bravos e emburrados quando não recebem o que pedem. Ou seja, não se trabalha mais os bons hábitos e costumes que poderiam ajudar, e muito, na educação e formação dos filhos, e a conquistarem a autossuficiência tão necessária para sua vida pessoal, profissional e espiritual.
Felizmente, sempre é tempo de aprender e mudar!
*Wilson Aquino – Jornalista e Professor