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Nem Deus, nem Diabo

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Desde que o Brasil entrou nessa ciranda da polarização, uma certa cegueira tem impedido tanto de um lado quanto de outros, que os olhares se firmem para o caminho da sensatez, onde o Brasil é que deve ser protagonista, não a simples ideologia solta ao vento.

Nem Deus, nem Diabo

O jogo do maniqueísmo se tornou o único possível para o Brasil, o que é entristecedor. O maniqueísmo versa do século III, é uma filosofia em que se separa entre o bom, Deus, e o mau, Diabo. É uma concepção do mundo fundamentada em uma dualidade básica entre opostos inconciliáveis, como luz e trevas.

Quando colocamos os políticos dentro dessa filosofia estamos afirmando que um é Deus e o outro, Diabo. E à luz da sensatez sabemos que nada disso pode ser, ou deve ser, de fato, a verdade. Nem de um lado, nem de outro. Este, porém, é o comportamento que a sociedade impõe atualmente em quaisquer discussões políticas no Brasil – é bom lembrar que o mesmo fenômeno ocorreu nos Estados Unidos entre Trump e Joe Biden.

Não se pode imputar a qualquer político que seja, o status de Deus e, de outro lado, de Diabo, e nem a ninguém, a bem da verdade. Todos temos lados bons e ruins. Mas creio que endeusar político seja um erro maior.

Pragmaticamente, sem paixão envolvida, todo mundo sabe que nenhum desses rótulos cabe piamente para Bolsonaro ou Lula. Ambos são controversos, tem qualidades e inúmeros defeitos. A diferença é que os reflexos dos erros dos políticos se revelam em um país que precisa prosperar e falta muito pra isso.  

É preciso olhar com cautela e pragmatismo para os candidatos que temos de avaliar neste ano eleitoral. De nada adianta esbravejar ou promover discussões acaloradas na internet, que é um ambiente muitas vezes vil, que se apresenta como grande disseminadora de notícias falsas, de todos os lados.

O papel de todo cidadão é ouvir, considerando planos, perspectivas para o país, economia, bem-estar da população, acordos bilaterais, acertos fiscais que precisam ser feitos, uma educação que se preze, cultura para todos, saúde como prioridade. Entre tantas coisas urgentes, o que é menos prioritário é a paixão por esse Fla x Flu que já deu o que tinha que dar.

por Agostinho Turbian. Professor universitário e CEO mundial do GCSM (Global Council of Sustainability & Marketing). Presidente e editor das revistas The Winners, VIDI, Economy & Law.

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