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Maio foi um mês de alívio para a indústria automotiva

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A crise da falta de semicondutores completou um ano em maio. E, depois de 12 tensos meses, há algum sinal de retomada de normalidade na produção. O problema persiste e a normalização não é esperada para este ano. No melhor dos mundos, demanda e oferta, em termos globais, se equilibram até o final do primeiro trimestre do ano que vem.

Mas, ao menos, de acordo com os resultados apresentados pela Anfavea, a produção nacional finalmente passou as 200 mil unidades. Fechou maio com 205,9 mil veículos montados no Brasil.

Foi um crescimento de 10,7% em relação a abril (quando foram produzidas 186 mil unidades) e de 6,8% se comparado com maio do ano passado (192,8 mil veículos). É, sem dúvida, um bom sinal.

No acumulado do ano, porém, considerando o total produzido de janeiro a maio, o resultado ficou 9,5% inferior ao mesmo período do ano passado (até agora foram 888 mil unidades produzidas neste ano contra 982 mil em 2021). Mas as montadoras, cuidadosamente, se mostram mais otimistas.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, chama a atenção para a consistência do crescimento de mercado, um degrau a cada mês, desde o início do ano, para vendas e produção. “Como a tendência histórica do nosso setor é de um segundo semestre mais robusto que o primeiro, estamos muito otimistas quanto à manutenção desse bom ritmo de recuperação”, afirmou.

As exportações de automóveis seguem em alta e já começaram o ano bem. Foram 46,1 mil unidades embarcadas em maio com alta de 2,8% sobre o mês anterior e de 24,6% sobre maio de 2021. No acumulado do ano, já se exportou 19,4% a mais em unidades que em 2021, e 27% a mais em valores, graças ao bom desempenho dos produtos brasileiros particularmente em mercados como Colômbia e Chile que, com a produção global afetada, estão comprando mais automóveis produzidos no Brasil.

Tudo indica que maio pode ter sido o mês da virada. A indústria espera que, a partir do segundo semestre deste ano, a média de vendas diárias gire em torno de 8,5 mil unidades (índice que fechou o mês passado) para, ao menos, ficar na média do ano passado que foi de 8,4 mil carros licenciados por dia.

Problemas logísticos e de falta de componentes vão perdurar até o início de 2023, mas ao menos a demanda aquecida nos mercados interno e externo oferece alívio e melhores perspectivas para este segundo semestre.

Por Marcos Gonzalez.

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