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Os três anéis

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Considerado como um dos principais críticos literários do século XVIII, Gotthold Ephraim Lessing era também um escritor polivalente desde obras filosóficas, teológicas até fábulas, poesias e peças de teatro. Uma de suas marcas era a tolerância mesmo em situações complexas que a vida nos impõe. É o caso da peça “Nathan, o sábio”. Nesta obra, ao invés de destacar as ideias fixas devido às instituições religiosas já consolidadas, Lessing expõe que, muitas vezes, o essencial são as ações pessoais, o estilo de vida, o jeito de ser. Um dos pontos centrais da peça é a fábula dos três anéis.

Os três anéis

Um pai que amava demais seus três filhos recusou de escolher um único rebento amado para premiá-lo com um anel possuidor de poderes mágicos da perfeição. Assim, para contornar o problema, ele pediu para um exímio ourives fazer duas réplicas idênticas do objeto e misturou todos para ninguém saber qual era o original. Distribuiu um anel para cada filho e estes ficaram inquietos inicialmente com a situação. Olhando por fora, não era possível distinguir o verdadeiro. A solução encontrada foi levar em consideração o comportamento assumido por cada um.

Todos eles começaram a se esforçar para praticar o bem, as ações nobres e a provar para si e para os outros que era o detentor do legítimo tesouro. Assim, mais do que objetos externos milagrosos, o esforço para o aprimoramento pessoal, a renovação íntima, a vontade de melhorar-se. Ou como diria mais tarde Tolstói: “o reino de Deus está dentro de vós”.

Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.

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