Quem nunca recebeu ou encontrou nas redes sociais, aquela misturinha milagrosa que promete tirar as piores manchas ou limpar objetos em poucos minutos? O que muita gente ignora ou não sabe são os riscos que essas misturas de substâncias diferentes podem causar à saúde, além de perder a eficácia.
Esse é o alerta do Conselho Federal de Química, que registra casos de internações hospitalares devido às fake news da limpeza. Um dos conselheiros da entidade, Jonas Comin, cita as receitas mais comuns da internet e os riscos que elas trazem.
O Conselho Federal de Química e a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla) alertam para a produção clandestina de produtos de limpeza e para o desvio de funcionalidade. Juliana Marra, presidente da Abipla, explica a importância do rótulo de qualquer produto químico para a segurança e a saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária alerta que todos os produtos, chamados saneantes, devem ter registro na agência e trazer no rótulo o nome do fabricante, instruções de uso e avisos sobre perigo na manipulação. A Anvisa ainda explica que os produtos só podem ser misturados se houver essa indicação no rótulo porque podem provocar reações explosivas ou vapores tóxicos.
Lembrando que os supermercados não podem exibir, na mesma prateleira, produtos de limpeza e vinagres, por exemplo. Isso porque os produtos químicos são registrados na Anvisa e o vinagre, no Ministério da Agricultura. Qualquer tipo de mistura, adição, acondicionamento em embalagem e processo de reembalagem de produtos químicos deve ser feito somente por profissionais da Química.
Em 2020, ano de início da pandemia, a Anvisa identificou um aumento de vinte e três por cento nos casos de intoxicação devido a produtos de limpeza, em adultos. Foram mais de 1.500 casos, entre janeiro e abril daquele ano, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Fonte: Radioagência Nacional