O singelo porta lápis é um instrumento que não chama muito a atenção. É um trabalhador silencioso e discreto que nos auxilia a organizar os diversos objetos que nos são úteis no ofício no dia a dia. Desde lápis, canetas e clips até borrachas, tesouras e afins. Como estrutura padrão, tem uma abertura na parte superior e não permite que os objetos caiam. De certo modo, podemos utilizá-lo como metáfora do ser humano.
Somos aqueles que guardam lembranças, eventos e organizam ideias, conceitos, percepções e teorias. Dependendo da perspectiva utilizada valorizamos certos objetos e características do que outras. São os valores pessoais e jeito de ser, nossas idiossincrasias que nos auxiliam a perceber, a reter e estruturar a maneira como expressamos nossa vida interior por meio de ações e atitudes exteriores. Podemos ser afirmativos e ver a vida e os eventos de maneira positiva e radiante, ou o contrário. A decisão está em nós. Cabe a cada um decidir qual direção seguir.
Escolhas e consequências. Umas certamente mais felizes do que outras. Para alguns, o vento assobia e brinca com os cabelos. Para outros, o ar assusta e uiva como protagonista de cena de terror.
Viver a existência que busca o lado luminoso é ser aquele porta lápis que guarda e destaca os bons sentimentos, as lembranças favoráveis, as cenas que possibilitam futuros positivos. Apenas assim é possível que o tempo venha com a doçura suficiente que madura o ser ao invés de transformá-lo em vinagre de si mesmo.
Paulo Hayashi Jr – Doutor em Administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.