E a primavera chegou. Veio, devagarinho, tímida, com frio, desacompanhada do sol. Mas veio. O dia ficou cinza, parece que o inverno não gostou nada de dar seu lugar à esperada primavera e recusou-se a ir embora. Mas ele vai, ah, se vai. Ele insiste em ficar, o frio, embora durante os dias até faça calor, quando o sol consegue sair. Vai ser uma primavera chuvosa, pelo jeito, mas primavera é primavera. Seja muito bem-vinda, minha linda.
Vi a primavera no meu jardim, onde tudo está florescendo, quer faça sol ou chova. Os pés de araçás, os cravos, os hibiscos, as orquídeas, até aquelas de caules longos. O meu pé de jacatirão deu as boas vindas à primavera e abriu um botão temporão, vejam só, agora, quase no fim de setembro, só pra homenagear a recém-chegada estação tão esperada. Até os pés de cebolinha floresceram suas flores roxas, também o morango, o manjericão, as onze horas, as dálias anãs, o maracujá doce.
Nas ruas, ainda floresce o ipê. Tudo vai florescer, daqui por diante. A vida vai florescer, vai desabrochar. Tudo terá mais cor, pois o sol voltará e as pessoas deixarão florescer os sorrisos.
A estação mais bonita do ano chegou. Tudo brotará, com viço, até a alegria no coração das pessoas. O verde ficará mais verde, toda cor ficará mais colorida. Toda árvore, da maior a mais simples, toda planta prestará seu tributo à Mãe Natureza, desabrochando suas flores.
É tempo de primavera, tempo de recomeçar, de renascer, tempo de brotar para a vida. É tempo de festa, pois a primavera chegou.
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor.