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Auto-reflexão

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Para Sêneca, destacado filósofo estoico romano, “não existe vento favorável para quem não sabe para onde ir”. Por outro, para o psiquiatra austríaco Viktor Frankl com a busca e a compreensão dos propósitos de vida há a obtenção do arrimo para quase toda situação difícil. É aguentar quase todo como, diria o filósofo alemão Nietzsche. Para tanto, é fundamental a auto-reflexão e a busca pela descoberta íntima de suas fortalezas e castelos interiores. Trata-se do clássico “conhece-te a ti mesmo”, referenciada de forma ampla na cultura da antiguidade desde o templo de Luxor no Egito até mesmo o complexo de Apolo em Delfos na Grécia.

Auto-reflexão

Todavia, com a correria do dia a dia, a instantaneidade das informações, a transitoriedade das relações faz com que se tenha cada vez menos hábito de parar e ver o que importa. Para se conhecer com profundidade é essencial a auto-reflexão. Esta conversa íntima, este arregalar dos olhos d’alma para o interior, sem medo de ser inimigo de suas imperfeições e admirador das qualidades faz com que o projeto de perfectibilidade se torne viável. Apesar de sermos contemporâneos, ainda parece guardar um quê de atraso em relação aos sábios da antiguidade. Não nos conhecemos por inteiro, mesmo que tenhamos avançado em termos de tecnologia e conhecimento exterior. Auto-refletir é reconhecer cada cômodo interno, de abrir a mente e eliminar as sujeiras, as mágoas, as arestas. Apenas assim pode-se trilhar com segurança o “ser em si”.

Paulo Hayashi Jr – Doutor em Administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.

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