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Sua salada mudou e você nem percebeu!

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Já notou que os hábitos de consumo evoluem ao longo do tempo e nem sempre nos damos conta das mudanças que aconteceram? Nos últimos anos, sua salada mudou e, provavelmente, você nem percebeu. As mudanças nos hábitos de consumo em geral são lentas e graduais e, desta maneira, muitas vezes, acabam passando despercebidas.

Nos últimos anos, o consumo de hortaliças evoluiu muito. Tomemos como exemplo o tomate: há 30 anos o brasileiro consumia basicamente o tomate chamado Santa Clara. Hoje, além do tipo Santa Clara, também conhecido por Saladete, encontramos na grande parte dos supermercados pelo país afora os tomates do tipo salada, do tipo cereja, do tipo grape, do tipo holandês dentre outros. Importante notar que não só a forma dos tomates mudou, mas também a apresentação. Há 30 anos, comprávamos basicamente tomates a granel nas feiras e nos supermercados. Hoje, encontramos tomates embalados em diferentes apresentações em supermercados, com áreas de HF cada vez profissional, e hortifrutis, que se espalharam por todo o Brasil e nas feiras livres, que tem se profissionalizado para atrair o consumidor.

E qual é o agente transformador de toda esta mudança? O consumidor final. Pesquisas recentes mostram um aumento crescente das seguintes características nas hortaliças: praticidade, segurança, rastreabilidade, saúde, sabor e diversificação.

A demanda por praticidade decorre não só da maior participação das mulheres no mercado de trabalho, mas também de homens e mulheres inseridos no mercado de trabalho que moram sozinhos e, com isso, têm menos tempo para preparar alimentos, e buscam maneiras mais rápidas, porém saudáveis, de preparar os alimentos.

A segurança alimentar é um ponto que sempre aparece nas pesquisas de consumo de alimentos como sendo fundamental, pois os consumidores querem se alimentar de produtos que não sejam apenas saudáveis, mas também não ofereçam riscos à saúde, que podem acontecer desde a contaminação por agentes causadores de doenças quanto contaminação por defensivos e produtos químicos. E esta necessidade tem estimulado os produtores a adotarem práticas culturais diferenciadas, inclusive o cultivo em ambiente protegido com estruturas cobertas de plástico para proteger das chuvas, evitando assim que as folhas se machuquem e sejam porta de entrada para  fungos e bactérias. Consequentemente, há o aumento da produtividade, e permite a redução do uso de agroquímicos, além de estimular o manejo integrado de pragas e doenças, que resulta no menor uso de produtos. Além da segurança, os consumidores demandam pela rastreabilidade total dos alimentos, buscando informações que vão  desde o nome do agricultor, local de plantio, insumos utilizados, preocupação com meio ambiente, dentre outros. E a tecnologia é um grande aliado dos consumidores, como por exemplo, a disseminação da tecnologia de QR Codes e o crescente uso de smartphones, que permitem a rápida busca das informações.

Sabemos que as hortaliças são fonte de vitaminas e sais minerais de baixa caloria e com isso, seu consumo é crescente por uma população que tem se preocupado cada vez mais com a saúde. E esta preocupação pode ser facilmente detectada nos parques e espaços públicos: há 30-40 anos, estes espaços eram utilizados pela população para passeios ao ar livre. Hoje, a grande utilização é para a prática de algum esporte.

Estamos vivendo uma explosão de busca por sabores que leva à diversificação dos alimentos. Observando as prateleiras dos supermercados, nota-se uma infinidade de tipos e variações dos alimentos. Usemos como exemplo os derivados de leite: há alguns anos, existia apenas o iogurte, em potinhos, com 2-3 sabores. E hoje? Nas hortaliças não é diferente: quantos tipos de alface encontramos nos supermercados e varejões? Hoje temos a Alface Lisa e a Alface Crespa, que já eram consumidas há muitos anos, a Alface Americana (introduzida por consequência da entrada das rede de lanchonetes, no Brasil) , a Alface mimosa, a Alface crespa roxa, a Alface mimosa roxa, a Alface frisée, a Alface romana, além de diferentes modos de cultivo (no solo, em campo aberto ou em ambientes protegidos e em hidroponia), modos de apresentação (granel, embalada em saquinhos, minimamente processadas, picadas, mix de folhas, ou mesmo prontas para consumo).

 Da próxima vez que for comprar hortaliças, observe com atenção os produtos ofertados e constate também que sua salada mudou e você nem percebeu!

Por Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) – organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

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