A violência gera um ciclo vicioso de mais violência. É alarmante o número de desentendimentos que variam desde simples afastamentos, brigas físicas e até mesmo mortes entre as pessoas. Esses conflitos envolvem indivíduos de diferentes personalidades, inclusive aquelas que são consideradas “calmas” e “pacíficas”, aparentemente incapazes de cometer qualquer forma de violência.
Atualmente, a sociedade vive um ritmo acelerado e agitado, influenciada pela imensa quantidade de informações que circulam entre as pessoas, principalmente através das mídias sociais. Elas se envolvem com assuntos políticos, sociais, esportivos e outros, formando julgamentos de valor sobre cada um deles. O problema surge quando, no cotidiano, durante conversas, inclusive entre membros de uma mesma família, defendem com veemência seus pontos de vista, gerando discussões e brigas quando são contrariadas.
Embora a modernidade tenha proporcionado acesso a uma quantidade considerável de informações, é necessário ter cuidado com nossos relacionamentos com os outros, especialmente aqueles que pensam de forma diferente de nós. Na jornada da vida, cada indivíduo deve se espelhar na trajetória de Jesus Cristo, o maior exemplo de amor ao próximo e convívio com divergências.
Quando Ele nos ensina a “orar e vigiar”, está nos instruindo a observar constantemente nossos pensamentos e ações em relação a tudo que ocorre em nosso dia a dia. Por exemplo, um pequeno erro de um motorista no trânsito não deve, de forma alguma, nos tirar do sério e nos levar a reagir com xingamentos, palavrões ou violência física. Atos dessa natureza frequentemente resultam em brigas e, infelizmente, em mortes.
É essencial ser calmo e tolerante ao lidar com qualquer situação de conflito. Esse comportamento não está relacionado à covardia ou à falta de personalidade, mas sim ao comportamento correto de um indivíduo sábio que reconhece sua força e superioridade (moral e espiritual) diante de seu agressor nas mais diversas situações.
Quantas famílias não estão desestruturadas devido a brigas e contendas entre seus próprios membros? Quantos pais não conseguem se comunicar com os próprios filhos devido a conflitos no relacionamento? Como uma família pode viver nesse estado de separação devido à intolerância?
Jesus Cristo andou entre nós e conviveu com as pessoas, mas nunca reagiu com violência contra ninguém. Ele é verdadeiramente nosso maior exemplo de comportamento social e de amor ao próximo. Esse, aliás, é o segundo grande mandamento de Deus: Amar ao próximo como a ti mesmo.
Além dos argumentos mencionados, a importância de não se irar e não ser violento no relacionamento humano pode ser ampliada com os seguintes pontos:
Preservação da paz interior: A raiva e a violência afetam negativamente nosso bem-estar emocional e mental. Ao escolhermos a paz e a não violência, mantemos a serenidade e promovemos uma melhor qualidade de vida para nós mesmos.
Construção de relacionamentos saudáveis: A violência cria rupturas e danos irreparáveis nos relacionamentos. Ao adotarmos a paciência, a tolerância e o respeito, cultivamos laços saudáveis e duradouros com as pessoas ao nosso redor.
Transformação social: A não violência é uma poderosa ferramenta para a transformação social. Movimentos pacíficos ao longo da história, como o liderado por Mahatma Gandhi, demonstraram como a resistência não violenta pode gerar mudanças significativas e promover a justiça.
Exemplo para as gerações futuras: Ao optarmos pela não violência, estamos deixando um legado positivo para as gerações futuras. Inspiramos outros a seguirem um caminho pacífico e a resolverem conflitos de maneira construtiva, promovendo um mundo mais harmonioso.
A Bíblia nos ensina a importância da paz e da reconciliação, como em Mateus (5:9): “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” (Mateus 5:9) – Jesus enfatiza a importância de ser um pacificador, promovendo a paz entre as pessoas e refletindo a natureza divina.
Em Romanos (12:18): “Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos”, o apóstolo Paulo nos instrui a buscar a paz com todas as pessoas, mostrando que a paz é uma responsabilidade compartilhada.
A bondade, a compaixão e o perdão são essenciais para a construção de relacionamentos pacíficos e harmoniosos, como vemos em Efésios (4:32): “E sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”
Essas passagens bíblicas reforçam a necessidade de sermos pacificadores em nossas interações com os outros, buscando a paz, a compaixão e o perdão como base para relacionamentos saudáveis e uma convivência pacífica.
Por Wilson Aquino – Jornalista e Professor.