Conta-nos a história do Jardim do Éden que a permanência no paraíso tenha sido negada por causa do fruto da árvore do conhecimento. Todavia, a volta seria aguardada desde que fossem cumpridos alguns requisitos. Ou seja, é preciso preparo e adequação às novas condições do mundo para frequentar o paraíso novamente. Não é uma expulsão definitiva, mas um até logo temporário onde cabe ao indivíduo se esforçar, buscar mais conhecimento e experiência para que se possa estar neste nível superior. É imprescindível nesta jornada a perfectibilidade de deixar para trás as más tendências e os erros do passado para se transformar em uma pessoa nova. Cabe a cada um se esforçar, buscar os saberes edificantes que levem à Deus e as suas boas obras. Então, a nossa jornada na Terra seria como uma escola de aprimoramentos de nossas competências, em especial aos dois únicos mandamentos deixados pelo mestre Nazareno: amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. Duas regras simples, direta e clara. Todavia, como nos lembra o apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo” (Rom., 7:19).
Mais do que explorar e conquistar o mundo exterior, é fundamental que o ser humano não esqueça de se descobrir e se conhecer. O autoconhecimento permite destravar o cadeado do autocontrole e da superação. Antes do paraíso externo, a conquista do reino interior para pavimentar as bem-aventuranças na terra.
Por Paulo Hayashi Jr – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.