Os desafios da mitigação do complexo de enfezamento e controle da cigarrinha do milho ganharam destaque na programação da 17ª edição do Seminário Nacional de Milho Safrinha, que acontece pela primeira vez em Campo Grande nos dias 28, 29 e 30 de novembro. Segundo o engenheiro agrônomo, Paulo Roberto Garollo, as perdas na produtividade da cultura devido ao inseto, podem exceder 70%.
Ele explica que as perdas demonstram a importância de implementar estratégias eficazes de manejo para proteger a produção de milho. “As perdas causadas pela cigarrinha do milho vão variar bastante porque depende da população da praga, depende do potencial infectivo daquela população e também depende do momento que acontece a inoculação, bem como materiais genéticos e que estarão expostos à presença da praga. Mas de maneira geral nós podemos afirmar que as perdas que acontecem pelo complexo do enfezamento que é transmitido pela cigarrinha podem ultrapassar a casa de 70%”, afirma.
Apesar dos números, Garollo enfatiza que o dano direto causado pela cigarrinha, em termos de redução de produtividade, é geralmente baixo. No entanto, a situação muda drasticamente quando a cigarrinha está infectada com os agentes causadores do complexo de enfezamento, que incluem bactérias e vírus.
“O dano direto da praga é considerado um dano ainda de baixa escala econômica, o que ela suga de açúcar e da planta é pouco expressiva ou quase nada expressivo em termos de redução de produtividade. Porém o que ela realmente acaba se tornando hoje a praga alvo da cultura do milho e talvez considerada a pior praga da cultura do milho é quando ela está infectada com os agentes causais do complexo do enfezamento, que são duas bactérias e especialmente um vírus que aí sim ela se torna uma praga de altíssimo impacto econômico na cultura mas como vetor de transmissão do complexo de enfezamento”.
De acordo com o levantamento do SIGA-MS, na safra 2021/2022, a praga registrou 32% de incidência, o dobro da safra antecessora. Para o engenheiro agrônomo é importante unir várias práticas de manejo para obter sucesso e conscientizar os agricultores sobre a importância de adotar práticas adequadas.
“O produtor precisa se conscientizar do problema, precisa entender que essa é uma praga realmente muito perigosa e que a gente não pode facilitar e nem dar chance pra ela se desenvolver e se multiplicar. Então esse é o primeiro passo, conscientização do problema.
Segundo passo, ele precisa seguir as dez regras ou os dez passos do bom manejo que incluem tratamento de sementes, híbridos de maior tolerância ao complexo de enfezamento e escolha correta de produtos para fazer as aplicações nos estágios fenológicos vegetativos e várias outras medidas”, finaliza.
Para o engenheiro agrônomo da Long Ping High Tech, Roberto Carvalho, já que o produtor precisa se conscientizar do problema, é importante debater temas relacionados ao complexo de mosaico e o enfezamento do milho e explica o tema que será direcionado ao público. “Durante o simpósio de milho safrinha faremos a descrição de sintomas e agentes causais, do que a gente chama de complexo de mosaico e enfezamento do milho. São seis patógenos transmitidos por dois insetos vetores, o pulgão e a cigarrinha, e muitas vezes o pessoal coloca como vilão somente a cigarrinha, enquanto o pulgão tem feito bastante estragos”, finaliza.
Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)
Segundo boletim técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul – Aprosoja/MS, a cigarrinha é um pequeno inseto de coloração clara, que mede de 3,7 mm a 4,3 mm de comprimento, apresenta duas manchas circulares pretas entre os olhos compostos, o que a diferencia da maioria das outras cigarrinhas e facilita a sua identificação no campo.
XVII Seminário Nacional de Milho Safrinha
O evento será presencial em Campo Grande (MS) nos dias 28, 29 e 30 de novembro, debatendo assuntos importantes focados em soluções para a cultura do milho safrinha, focado em sustentabilidade e produtividade. As inscrições podem ser feitas através do site https://www.abms.org.br/snms2023/Inscricoes.html
Fonte: Comunicação