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A falência da educação

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Uma apresentadora de telejornal, ao chamar mais uma das tantas matérias sobre o abandono das escolas, por parte do Estado, disse uma coisa muito importante, para a qual venho chamando a atenção faz um bom tempo: se não tivermos escolas em condições de receber os estudantes, se não tivermos professores bem pagos e um conteúdo curricular minimamente apropriado, não podemos esperar que tenhamos cidadãos educados, esclarecidos, produtivos e honestos. Se não resgatarmos a educação, que vem  sendo deteriorada insistentemente pelo poder público, que deveria melhorá-la, o que esperar de um povo mal-educado? E quando falo em educação, estou falando de ensino. É urgente, é pra ontem.

Com a violência, a corrupção, o banditismo e o tráfico de drogas se intensificando cada vez mais, a apresentadora responsabilizou o abandono da educação pela formação de terroristas e bandidos. E esse abandono é visível para quem quiser ver, conforme a televisão e os jornais vem mostrando: escolas estaduais interditadas por absoluta falta de condições de receber alunos e professores, caindo aos pedaços, literalmente.

Todo ano é a mesma coisa: com quase três meses de férias escolares, o Estado deveria providenciar, nesse espaço de tempo, para que fossem feitas obras de reforma em várias escolas públicas. Mas não é o que acontece. As aulas se iniciam e as escolas continuam, muitas delas, em mau estado. O que será das crianças que precisam estudar? Vão entulhar dezenas de estudantes em pequenas e precárias salas, piorando ainda mais a qualidade do ensino que já vem sendo sucateado pelo poder público, a nível nacional, há tanto tempo? E olhem que depois da pandemia, com o atraso que a pandemia causou no ensino – na educação – a coisa se agravou ainda mais.

A falência da educação
Luiz Carlos Amorim

Como disse a apresentadora, com esse tratamento à educação, como não esperar a escalada de terrorismo que vem se instalando pelo mundo? E o descaso não é só com a educação. É com a saúde, com a segurança, com tudo. Não temos policiais nas ruas. Não há policiais suficientes e os que existem estão prestando serviço em gabinetes de repartições públicas, para políticos, na maior parte das vezes. No que diz respeito à saúde, as pessoas continuam empilhadas nos corredores de hospitais, esperando, esperando e esperando para serem atendidas. Morrendo à espera. Sem médicos, sem enfermeiros, sem equipamentos, sem remédios, etc.

Senhores administradores da coisa pública, em todos os níveis, está na hora de dizerem a que vieram. Está na hora de trabalharem, de fazer o seu trabalho. E quanto a nós, cidadãos e eleitores, está na hora de cobrarmos providências. Já é hora de se fazer alguma coisa. Já está mais do que na hora. A corrupção e o abandono, o descaso com a coisa pública e com o povo, estão falindo não só a educação, mas o país.

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA.

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