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Janeiro Roxo: importância do diagnóstico precoce para o tratamento da hanseníase

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Uma das doenças mais antigas do mundo – os primeiros registros da doença datam de 600 A.C.-, a hanseníase, ainda acomete pessoas no Brasil e no mundo. No entanto, tem cura e exames laboratoriais auxiliam no diagnóstico preciso e no acompanhamento dos pacientes. Causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, conhecida como bacilo de Hansen, a hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa, que afeta a pele e os nervos periféricos.

Considerada silenciosa na fase inicial, a doença pode ser diagnosticada por meio de testes clínicos, como a avaliação da capacidade do paciente de reagir ao calor ou ao frio em determinada área da pele, onde se suspeita que a enfermidade esteja se manifestando. Após análise clínica, porém, são necessários exames laboratoriais que possam confirmar a doença. Entre eles, o PCR para hanseníase e a baciloscopia do raspado intradérmico, que identificam a presença de bacilos.

“O exame PCR, sigla em inglês para ‘reação em cadeia da polimerase’, detecta o DNA da bactéria que causa a doença. Já a baciloscopia é uma avaliação microscópica para observar a presença da Mycobacterium Leprae diretamente nos esfregaços de raspados intradérmicos [no interior da pele] das lesões ou de outros locais selecionados, como lóbulos auriculares e cotovelos”, explica a bioquímica e coordenadora técnica do Grupo Sabin, Luciana Figueira.

Ela lembra ainda que, antes de qualquer exame, é imprescindível procurar atendimento médico para investigação do quadro. “O acompanhamento profissional é essencial, porque existem diferenças de sensibilidade analítica [metodologias de cada teste] entre os exames disponíveis para diagnóstico de hanseníase, o que exige experiência para uma correta leitura dos resultados”. 

Transmissão

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da hanseníase acontece por meio de exposição prolongada a tosses ou espirros de pessoas com muitos bacilos da doença (multibacilares). Já as pessoas com poucos bacilos (paucibacilares) são consideradas pouco transmissoras.

Os principais sintomas para a hanseníase são: manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas); comprometimento dos nervos periféricos; áreas com diminuição de pelos e do suor; formigamento; ausência de sensibilidade na face, mãos e/ou pés; e caroços (nódulos) no corpo.

Tratamento

Atualmente, a hanseníase tem cura e o tratamento é realizado por um processo que associa três medicamentos antimicrobianos, chamado ‘Poliquimioterapia Única’ (PQT-U). Segundo o MS, para os pacientes com pouca concentração de bacilos (paucibacilar), a duração do tratamento é de seis meses. Já para os pacientes multibacilares (MB), o uso dos remédios dura um ano.

A boa notícia é que os medicamentos fazem com que a doença deixe de ser transmitida ainda no início do tratamento, o que possibilita o contato do paciente com amigos e familiares. Além disso, todo o processo de evolução da cura pode ser acompanhado pelos mesmos exames que fazem o diagnóstico da doença. “Com a solicitação do médico que acompanha o paciente, todos esses testes podem ser feitos para avaliar a resposta ao tratamento”, afirma Luciana Figueira. 

 Números

Desde 2016 o Ministério da Saúde (MS) realiza a campanha ‘Janeiro Roxo’ para reforçar a conscientização dos brasileiros a respeito da doença. Segundo a plataforma de Indicadores e Dados Básicos de Hanseníase, do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 18.318 casos da doença em 2021. O dado representa um crescimento discreto de 1,8% em comparação a 2020, 17.979.

Fonte: Comunicação

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