O que juntamos na vida como legítimos tesouros têm valor depois do nosso desencarne? Pode parecer uma pergunta estranha à primeira vista, todavia representa um dos aspectos essenciais em uma existência bem vivida. O que implica em uma aprovação da consciência individual e do universo como um todo. Alguns buscam a fama ou o dinheiro transitório que se dissipa como névoa após algum tempo. Outros, procuram posições sociais de destaque, mas sem qualquer base moral ou aspecto da verdade maior. Para os discípulos de Cristo, há a seguinte observação: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mat 6:21).
O tesouro depende do polimento do coração, assim como dos pensamentos que direcionam os esforços para a conquista justa. Neste ponto, pode-se destacar a relevância da estética e do belo para buscar os haveres que importam de modo atemporal. Desde a antiguidade sabe-se que o mundo é cheio de ilusões e armadilhas das aparências transitórias que distorcem a leitura da realidade. Assim, o belo e a estética como os esforços tanto dos sentidos físicos quanto da inteligência e da razão para que o indivíduo alcance o cerne de um caminho superior. É o refinamento dos sentidos que leva à transcendência do ser. Todavia, não de modo egoico ou materialista, mas altruísta e com conhecimentos transcendentais. Um aprimoramento tanto do lado racional e emocional, quanto espiritual.
O caminho da perfeição é longo e contar com gostos que enobrecem e elevam o ser representa ter a naturalidade do progresso e da afinidade com o bem, o belo e a verdade maior.
Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.