Rico em nutrientes e com baixo teor de gordura, o bacalhau é um peixe que oferece diversos benefícios para a saúde, incluindo a prevenção de doenças cardiovasculares. No entanto, devido ao processo de preparação do pescado, que envolve salgá-lo para desidratar a carne e preservar o produto por um longo período, o consumo pode ser um risco para quem tem hipertensão.
“Mesmo após dessalgá-lo, o bacalhau ainda concentra uma grande quantidade de sal. A cada 200g do peixe, pode haver até 5g, dependendo do método de preparação e do tempo de salga, valor esse que excede a recomendação diária para os pacientes hipertensos”, explica o Dr. Celso Amodeo, cardiologista e especialista em hipertensão arterial do Hcor.
O alto consumo de sal é um problema de saúde pública em diversos países. No Brasil, a população consome cerca de 12g por dia, mais que o dobro do recomendado. Como consequência desse e de outros maus hábitos, o número de pessoas com hipertensão aumenta a cada ano. “Atualmente, a pressão alta atinge mais de 30 milhões de brasileiros. A doença é preocupante porque é silenciosa e causa danos ao coração, aos rins e ao cérebro sem apresentar sintomas, em estágios iniciais”, alerta o especialista.
O que fazer?
Para consumir o bacalhau, primeiramente, a pressão arterial precisa estar bem controlada com as medicações prescritas pelo médico. Em seguida, é importante entender que não se deve consumir mais de 5g de sal por dia. “Isso implica em comer somente uma porção de até 100g bacalhau (2,5g de sal), visto que no preparo do mesmo e dos acompanhamentos, como arroz (carboidratos), vegetais e legumes, deverão conter as outras 2,5g recomendadas pelas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão”, ressalta.
Além disso, o azeite também traz benefícios para a saúde, mas é preciso utilizá-lo com parcimônia devido à alta quantidade de calorias. Enquanto 1g de açúcar tem 4 calorias, 1g de azeite contém cerca de 9. “É preciso conscientização e responsabilidade do hipertenso no preparo do seu prato visto o alto teor de sal utilizado nos alimentos dessa refeição”, reforça o Dr. Amodeo.
Fonte: Comunicação