As palavras têm poderes, as quais precisamos estar cientes e fazer uso adequado das mesmas. Por meio delas construímos o mundo ao qual nos adaptamos. Assim, a Bíblia nos recorda da condição inicial do verbo e até mesmo o poder da palavra de gratidão e do perdão, os quais influenciam de modo intenso a qualidade da existência. Por meio da comunicação, não apenas interagimos uns com os outros, como também conosco mesmo. Nossas conversas íntimas que auxiliam na construção de padrões de pensamentos, ideias e até mesmo, atitudes e ações.
Palavras podem agir tanto no sentido positivo, quanto no destrutivo. Neste último caso, lembramos das observações do apóstolo dos Gentios, Paulo de Tarso: “Evite as conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade” (2 Tim, 2:16). Evitar o falatório, a intriga que contamina, a fofoca que alastra para impedir distúrbios desnecessários. Neste sentido, é vital lembrar da regra das peneiras utilizadas por Sócrates, o grande filósofo ateniense. Antes de comunicar algo e deixar público, é preciso que a informação passe por três peneiras. A peneira da verdade, da bondade e da utilidade. A informação é verdadeira ou não? Se não for, deve ser descartada. É algo bom? É útil? As três peneiras funcionam como legítimos higienizadores do ambiente e das relações, evitando a contaminação por sujeiras e ruídos. Quem sabe da importância da comunicação semeia apenas palavras justas e que tragam a paz, o esclarecimento e o conforto mental para os envolvidos
Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.