Não é nenhuma novidade que o consumo excessivo de açúcar traz diversos prejuízos à saúde, como a obesidade, por exemplo. No entanto, esse hábito também pode ter um impacto significativo na produção de colágeno e, por isso, na saúde das articulações.
De acordo com David Gusmão, ortopedista e especialista em quadril, dietas ricas em açúcares adicionados não apenas aceleram o envelhecimento precoce das células, mas também podem interferir na produção de colágeno, uma proteína essencial para a manutenção da saúde dos tecidos conectivos.
Como o açúcar diminui a produção de colágeno
Isso porque a ingestão alta de açúcar provoca um aumento nos processos inflamatórios do corpo, que podem levar à degradação do colágeno. “A glicação de colágeno é um processo bioquímico que ocorre naturalmente no corpo, mas que com a alta ingestão de açúcares pode acelerar o envelhecimento da pele e outras estruturas corporais”, afirma Gusmão.
Esse fenômeno acontece quando moléculas de glicose se ligam de maneira não enzimática a proteínas, como o colágeno. Assim, formam-se estruturas chamadas produtos finais de glicação avançada (AGEs).
Essa ligação é prejudicial porque altera a estrutura normal do colágeno, a proteína vital que confere resistência e elasticidade à pele. Além disso, ele é crucial para a saúde das cartilagens e tendões.
Com a estrutura do colágeno alterada, ele perde sua função e eficácia, levando a uma rigidez progressiva dos tecidos. “Isso se manifesta externamente como sinais de envelhecimento, como rugas e perda de elasticidade da pele, e internamente como rigidez nas articulações. Além disso, a acumulação de AGEs no corpo pode promover inflamação e contribuir para o desenvolvimento de várias doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e artrite”, acrescenta.
Como escapar dos danos
O profissional ainda alerta que pessoas com bursite, artrite e tendinite devem tomar ainda mais cuidado ao ingerir açúcar. “Evitar alimentos processados e bebidas açucaradas pode ser uma medida eficaz para mitigar os sintomas e até mesmo retardar a progressão dessas doenças. Priorize sempre alimentos integrais, ricos em fibras, frutas e legumes”, aconselha o Dr. Gusmão.
Além de ajustar a dieta, o ortopedista enfatiza a importância de um estilo de vida saudável, que inclui exercício regular e manutenção de um peso corporal adequado, como parte do tratamento e prevenção de doenças articulares e de tendões. Essas mudanças podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir a dependência de medicações para dor e inflamação.
Fonte: Saúde em Dia