O cantor Marrone, dupla com Bruno, passou por uma cirurgia de urgência na última segunda-feira (17/6). O artista foi diagnosticado com estágio avançado de glaucoma em ambos os olhos, informou nota publicada no perfil do Instagram do cantor.
“Em uma consulta de rotina os médicos Dr. José Beniz e Dr. Francisco E. Lima identificaram a gravidade do quadro. Marrone foi internado no hospital CBCO – Hospital de Olhos, onde foi operado e passa bem”, diz trecho do comunicado.
Ainda de acordo com a nota, Marrone deve se afastar de seus compromissos pelos próximos 15 dias, quando passará por uma nova avaliação. No entanto, nenhum show será cancelado, o artista continuará cumprindo a agenda da dupla.
O que é glaucoma
O glaucoma é a lesão crônica no nervo óptico, responsável pela transmissão de informações visuais ao cérebro. Silenciosa e irreversível, a doença gera alteração e dificuldade na visão, e é a principal causa de cegueira no mundo. Segundo a SBO (Sociedade Brasileira de Oftalmologia), o glaucoma atinge até 2,5 milhões de brasileiros acima de 40 anos.
De acordo com a médica oftalmologista do CBV – Hospital de Olhos, por ser uma condição assintomática, geralmente o paciente só descobre a doença em uma consulta oftalmológica de rotina.
Os fatores de risco associados ao surgimento do glaucoma envolvem questões hereditárias, idade superior a 40 anos, alto grau de miopia (acima de seis), diabetes e córnea fina.
“É crucial que todas as pessoas consideradas dentro do grupo de risco mantenham acompanhamento médico oftalmológico ao menos uma vez ao ano”, aponta Ione Alexim, médica oftalmologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Tipos de glaucoma
Para Ione, a realização do diagnóstico precoce é fundamental e pode prevenir a evolução do glaucoma. Ela aponta os 4 diferentes tipos da condição:
- Glaucoma crônico de ângulo aberto: é o tipo mais comum. Os pacientes são assintomáticos e a perda visual ocorre de forma lenta e progressiva, sendo identificada em fases mais avançadas da doença. Afeta principalmente a visão periférica lateral.
- Glaucoma de ângulo fechado: é a segunda manifestação mais recorrente. Ocorre quando há um embaçamento visual, ocasionado pelo aumento súbito da pressão intraocular, além de dor exacerbada na região.
- Glaucoma congênito: pode acontecer nos primeiros meses de vida. É raro e ocorre quando a criança já nasce com a doença devido má formação, exigindo tratamento imediato após o diagnóstico.
- Glaucoma secundário: é consequência de fatores externos que elevam a pressão intraocular, como hipertensão arterial, diabetes, uso excessivo de medicamentos, como corticosteroides, bem como tumores e inflamações.
De acordo com a especialista, uma série de sintomas indicam a necessidade de acompanhamento médico para evitar a progressão da doença. É o caso de perda gradual da visão lateral, dor súbita na região, visão piorada, olhos vermelhos e inchados, náuseas, dores na testa, lacrimação, sensibilidade à luz, nebulosidade na parte frontal do olho e aumento de um ou ambos os olhos.
Tratamento
Conforme Nubia, são muitos os tratamentos para o glaucoma. O tratamento inicial, por exemplo, utiliza colírios ou laser para controlar a pressão ocular. No entanto, esses métodos não são suficientes a depender da gravidade do problema, como no caso do cantor Marrone.
“A única alternativa é o tratamento cirúrgico porque é preciso controlar a pressão ocular para que não haja sofrimento do nervo óptico, o que é irreversível, podendo levar a cegueira”, destaca a especialista.
“Porém, alguns pacientes já estão em um estágio tão avançado que o primeiro tratamento é cirúrgico, dependendo do nível de pressão ocular desse paciente e do nível de sofrimento do nervo óptico”, acrescenta.
Segundo a médica, a consulta oftalmológica é de extrema importância para saber como controlar o nervo óptico e identificar uma possível perda progressiva da visão. Ione concorda.
“Consultas e exames anuais auxiliam no diagnóstico precoce e permitem intervenções, que podem retardar o avanço do glaucoma, ajudando a evitar a cegueira irreversível, além de auxiliar os pacientes a manterem a independência e autonomia”, afirma a médica.
Fonte: Saúde em Dia