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Gogol e o trigo

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Nikolai Gogol (1809-1852), nasceu na Ucrânia e faleceu em Moscou. Ele teve a sensibilidade e a precisão de expressar de forma peculiar em seus escritos, com destaque para a questão da subordinação, a corrupção e o sofrimento diante dos empecilhos da vida. Em sua obra “O capote”, o protagonista Akaki Akakiévitch, copista de certo ministério público, travava legítima luta para a aquisição de um novo casaco. Este objeto representava a felicidade e uma nova condição social vinda através do ofício e de sacrifícios pessoais. Para isso acontecer, Akaki precisou pular refeições, mudar hábitos noturnos para poupar velas e até mesmo economizar na sola de sapato. Mas, a glória material é passageira e o bem conquistado foi retirado de maneira abrupta e inesperada por ladrões noturnos. Em muitos aspectos conota a morte, presença certa, mas sem data definida.

Depositar a felicidade na vida material retrata uma das falácias modernas. A outra é não conhecer o mundo espiritual e suas leis. O que acabou colocando o protagonista de Gogol, agora desencarnado, em condição de uma alma penada rebelde. Mais do que a transitoriedade, a verdade que liberta da ignorância e o conhecimento que instruí. Sejamos então como o trigo que não faz descaso nem com seus pares, tampouco com as leis divinas. O trigo que multiplica os resultados de modo a beneficiar a toda população. Através da caridade, há a semeadura e colheita, trabalho e aprendizagens e assim, o bendito grão será guardado no celeiro do Senhor (Mateus 13:30).

Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.

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