Levantar-se da cama, tomar banho, se vestir, limpar a casa ou ir ao supermercado parecem tarefas simples, mas que podem se tornar difíceis ao envelhecer. O desafio é ainda maior para quem sofre com a sarcopenia.
O cantor Agnaldo Rayol morreu nesta segunda-feira (04), aos 86 anos, no seu apartamento em São Paulo. De acordo coma família, a morte ocorreu após uma queda durante a madrugada.
Segundo o Ministério da saúde, todos os anos, 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem com o mesmo problema. Que pode ser fatal. E a sarcopenia entra como um fator agravante para esse tipo de acidente doméstico.
O que é sarcopenia
A síndrome se caracteriza pela perda de massa muscular com diminuição da força. Esses fenômenos, que são simultâneos, acontecem sem dar sinais. As causas estão relacionadas a fatores nutricionais, hormonais e de estilo de vida.
Com isso, é comum aumentar a incidência de desequilíbrios e quedas com consequências graves, como fraturas de fêmur e traumatismo craniano. O risco de fraturas fica ainda maior se considerarmos que existe uma estreita associação entre a sarcopenia e a osteoporose, aponta Rafael Rondineli Ceregatti, do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu.
“Além das pessoas com idade mais avançada, a sarcopenia pode acometer também um grande número de pacientes com doenças crônicas, como diabéticos, hipertensos, portadores de doenças cardiovasculares, autoimunes ou com dor crônica”, diz o médico.
Isso porque, por suas condições, esses indivíduos acabam tendo baixo nível de mobilidade e atividade física, e baixa ingestão de nutrientes específicos, especialmente proteínas.
É preciso destacar que a sarcopenia tem um impacto enorme na qualidade de vida dos idosos. Isso porque o paciente sarcopênico tem mais chance de desenvolver condições agudas, como infecções e traumas. Além disso, há mais risco de instabilizar o controle de doenças crônicas.
“Como consequência, é maior a chance de hospitalização e incidência de complicações clínicas e cirúrgicas, com maior tempo de internação e mais dificuldades no processo de desospitalização e reabilitação funcional. A sarcopenia é a comorbidade mais frequente em idosos internados por qualquer causa”, ressalta o médico.
Impacto da alimentação
Segundo o especialista, é normal com o envelhecimento que o idoso comece a se interessar mais por alimentos fáceis de mastigar e digerir, comumente, os carboidratos. Isso ocorre, muitas vezes, por questões ligadas à dentição, diminuição de enzimas, dificuldades na digestão, desaceleração do ritmo intestinal, entre outras.
Assim, essas pessoas privam-se de alimentos ricos em proteína, como carne, ovos e laticínios (de origem animal); as oleaginosas como feijão, lentilha, grão de bico, ervilha e soja (no reino vegetal) ou os grãos integrais como aveia e castanhas.
Rafael destaca que a ingestão de proteína costuma ser bem abaixo do ideal em todos os grupos etários. Nesse sentido, o consumo ideal de proteína para uma pessoa adulta com risco de sarcopenia está relacionado ao seu peso, na proporção de 1,5 a 2 gramas a cada quilo.
Por isso, é comum os idosos precisarem de acompanhamento nutricional para conseguir obter a quantidade necessária de proteína que, às vezes, tem que ser suprida via suplementação. “O ideal é o controle pela dieta. Melhor ainda, a combinação de aumento da ingestão de proteínas com atividade física regular”, destaca.
Dicas para envelhecer com saúde
Rafael lembra que a perda de massa muscular é um processo natural pelo qual todas as pessoas a partir dos 40 anos de idade, principalmente as sedentárias, estão sujeitas. No entanto, algumas medidas de prevenção podem facilitar um envelhecimento saudável. Por isso, o médico recomenda:
- Prática de atividade física regular;
- Dieta rica em proteínas;
- Hidratação adequada;
- Evitar o fumo e o alcoolismo.
Fonte: Saúde em Dia