28/04/2020 12h17
A queda do petróleo junto à pandemia do Covid-19 segue apertando a margem do setor sucroalcooleiro e deve impactar o caixa do produtor rural. A afirmação é do gestor da TCH Gestão Agrícola, Júnior Trevelin, que estima queda no preço pago à cana-de-açúcar nos próximos meses devido a queda no consumo, que causou alta nos estoques, em momento de baixa competitividade em relação à gasolina.
A preocupação com o andamento do setor fez com que o Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), encaminhasse documento ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, sugerindo a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do biocombustível.
“Essa isenção sobre o álcool dos postos de combustíveis seria uma forma de incentivo ao consumo, fato que tornaria o combustível mais atrativo nas bombas pelos sul-mato- grossenses. A solicitação se faz necessária para minimizar o impacto, nas usinas e nas cidades do interior, que tem agroindústria e cana plantada”, relata o presidente do SRCG, Alessandro Coelho.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) encaminhou ofício ao Ministério da Agricultura com algumas reinvindicações a favor do setor, entre elas a criação de uma linha de crédito, na casa dos R$ 9 bilhões.
“A conta vai chegar. O que está acontecendo com a cana é diferente de todos os demais segmentos do agro. O preço da cana vai cair, afetando os produtores. Algumas usinas estão optando pela produção de açúcar, o que é estratégico, uma vez que os preços estão fixados até novembro, em um patamar estável. Junto com a alta do dólar isso ameniza os impactos. Lembro também que as destilarias vêm de dois anos com bons preços para o álcool”, sinaliza Trevelin.
Assessoria de Imprensa