14/07/2020 15h50
Setor de importância estratégica na política de desenvolvimento econômico do Governo do Estado, a suinocultura em Mato Grosso do Sul registrou expansão acima da média brasileira nos últimos anos, chegando a um crescimento de 54,3% na produção de 2014 a 2020, enquanto que no mesmo período a evolução no Brasil foi de 29,2%, de acordo com levantamento da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
“A suinocultura sul-mato-grossense deu um salto significativo graças à integração entre o Governo do Estado e o setor, por meio da Câmara Setorial da Suinocultura. Hoje ela está totalmente inserida na nossa política de encadeamento produtivo, conta com um sistema de licenciamento ambiental moderno, regulado, eficiente e claro para os produtores, que tem permitido a ampliação de granjas de forma sustentável”, lembra o secretário Jaime Verruck, da Semagro.
O titular da Semagro destaca a importância do FCO (Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Centro-Oeste), por meio do qual já foram aplicados R$ 200 milhões somente na ampliação da atividade produtiva, a fim de atender à demanda da indústria. “Essa é a lógica de nossa política de desenvolvimento. Temos linhas de crédito específicas no FCO, que priorizam investimentos de ampliação de estruturas e de produção de matrizes, sempre atentos aos protocolos de biossegurança”, acrescenta o secretário.
Na última semana, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão vinculado à Semagro, liberou a licença de operação da nova unidade da Seara Alimentos em Dourados. O abate no local passou de 4.500 leitões/dia para 6 mil leitões diários e produção de 1.600 toneladas de alimentos processados por dia – investimento que reflete o bom momento do setor, representa maior movimentação da economia do Estado e geração de empregos.
“O setor está ampliando a sua base de produção de leitões e permitindo a expansão da atividade industrial. O programa Leitão Vida, da Semagro, tem sido fundamental nesse aspecto. Ele foi revisado e modernizado em conjunto com os produtores e está possibilitando que a indústria abata animais criados no Estado, sem necessidade de trazer de outros lugares. Prova disso são os dois novos investimentos na região Sul, voltados para atender a Seara, enquanto que, em São Gabriel do Oeste, foram três novos projetos neste ano. Temos capacidade instalada, temos incentivos fiscais, linhas de crédito e esse conjunto tem permitido ampliar a base de produção”, diz o titular da Semagro.
A maior parte da produção industrial da suinocultura é voltada para o mercado internacional. Hoje, Mato Grosso do Sul é o sexto maior exportador de produtos do abate de suínos no Brasil, com aumento na participação para 0,7% em 2020, em relação ao mesmo período de 2019, onde participava com 0,02%. O principal destino é Hong Kong, responsável por quase 70% dos valores exportados no primeiro semestre deste ano.
Na avaliação do titular da Semagro, a suinocultura é uma área forte, em expansão em Mato Grosso do Sul e para a qual o Governo do Estado tem uma diretriz estratégica. “Para nós, o setor é um exemplo prático de agregacao de valor e adensamento da cadeia produtiva, com um nível de governança por meio do qual fomentamos o acesso ao crédito, ao cooperativismo e associativismo e estimulamos a produção com sustentabilidade e biossegurança. Nossa produção de milho e farelo, base da ração dos leitões, é transformada em proteína animal, temos produção de biogás para geração de energia e temos índices recorde de produtividade no país. Tudo isso reflete na geração de emprego e renda para a população”, finaliza Jaime Verruck.
Marcelo Armôa, Semagro