É comum escutarmos, no meio cooperativista, a expressão: quem entra no cooperativismo não quer sair mais!
Por que essa máxima, em sua grande maioria, é verdadeira? Por que as pessoas, quando conhecem a essência do cooperativismo, se identificam e se encantam? Por que o cooperativismo apaixona?
Um modelo de organização que sobreviveu à grandes transformações da humanidade nos últimos 177 anos e que continua moderno, contando com mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, deve mesmo ser diferenciado.
Mas o que representa essa diferença que estabelece a sintonia com as pessoas? Penso que, se analisarmos a essência do cooperativismo e a essência do ser humano, encontraremos muito em comum.
Claro que não vamos aqui abordar definições e características do ser humano estudadas por filósofos como Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche, Aristóteles, Platão, entre outros. Do ponto de vista sociológico, o ser humano é aquele indivíduo que é capaz de viver em sociedade com os demais, que tem a capacidade de se organizar em grupos sociais (famílias, nações). Além disso, é intrínseco ao ser humano possuir valores que, embora de maneira implícita, estabelecem regras de convívio social.
Podemos também considerar que o ser humano é gregário, gosta de estar com outras pessoas, de cooperar para alcançar propósitos comuns, realizar projetos e sonhos.
O cooperativismo traz tudo isso em sua essência, em sua filosofia, que é amparada por princípios e valores definidos como alicerce do seu modelo de organização, no qual o ser humano é a razão principal.
O cooperativismo é feito por pessoas para pessoas em um modelo universal, que por meio da cooperação e da força conjunta, busca a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, com distribuição de renda, gerando felicidade e harmonia social.
Essencialmente, o cooperativismo tem a face humana e o ser humano se percebe na identidade cooperativa ao colocar em prática a sua essência.
*Por Remy Gorga Neto – Presidente do Sistema OCDF-SESCOOP/DF.