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Poesia de viva voz

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Já falei, em revistas, em jornais e na internet, da poesia de Júlio de Queiroz, que eu reputo o mais importante escritor contemporâneo de Santa Catarina e, quiçá, do Brasil. Exagero? É só ler a obra que ele deixou, para entender. Quando ouvi um CD com o qual ele me presenteou, há alguns anos, com declamações dos seus poemas por ele mesmo, fiquei impressionado. A poesia dele, tão densa, tão bela, tão cheia de conteúdo, já havia me encantado, mas não sabia que ela ficaria ainda mais bonita, mais forte, mais lírica, declamada pelo próprio poeta. Foi um presente ímpar, espetacular. Gosto de todos os poemas, mas Minha CidadePaisagem com acenoUm amor tão de leve merecem destaque. São belíssimos, são obras primas.

Poesia de viva voz
Arquivo Pessoal

Então enviei, na época, mensagem a ele dizendo isso, e ele respondeu: “Meus Deus, amigo, não faça isso comigo.” Ora, meu grande amigo poeta, eu tinha que fazer, porque é a mais pura verdade. Como disse na resposta ao Júlio, a gente lê poesia boa, excelente, mas também se lê muita coisa fraquinha, hoje em dia, quando prolifera muita coisa que nem poesia é. De maneira que, quando descobrimos alguém que faz poesia de verdade, plena de essência, há que se dizer a todos que temos um poeta com P maiúsculo.

O CD é muito bom, o poeta está de parabéns por dar ainda mais vida aos seus já perfeitos poemas. Talento de poeta é isso. Talento inteiro, completo, verdadeiro.

Esse CD é um bônus que Júlio de Queiroz nos deixa, além de toda a sua obra em gêneros como conto, poesia, ensaios, nos quais ele é mestre. Faz parte do grande legado que ele nos deixa, pois ele levou todo o seu talento, intelectualidade, sabedoria e carisma para o andar de cima, para tristeza de nós, seus amigos e seus leitores e para alegria da plêiade de poetas que já está por lá, como Drummond, Coralina, Quintana, Pessoa e tantos outros.

Que bom poder ter a voz do poeta na sua poesia viva, poder continuar a ouví-lo para tê-lo ainda mais perto de nós, agora que ela foi fazer poesia na eternidade, imortal que é e continuará sendo em nossos corações.

Por Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA.

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