O corpo humano pode ser comparado ao templo onde se depositam as esperanças maiores. O alcance de tais anseios, de superação e as imortais realizações, depende tanto dos sentidos quanto da interpretação destes últimos. Os sentidos, apesar de limitados, nos auxiliam na captura de informações e do que se passa em nosso ambiente. Todavia, é pela interpretação e compreensão que as ideias, pensamentos e decisões são realizados.
Compreender por meio das lentes do ego e da vaidade diferem daqueles que veem através do altruísmo e da bondade. Para os primeiros, os desafios são modos de ameaça, enquanto que para os últimos, crescimento e superação. Em ambos os casos, há desconforto e sofrimento. Mas a maneira de encarar é diferente. Não é de se admirar que se comparem a existência humana com o caso das ostras. Estas, ao serem estimuladas por grãos de areias, podem gerar pérolas maravilhosas. Todavia, não se deve desprezar o sofrimento e o esforço dos moluscos. A superação dos obstáculos é caminho sine qua non para o crescimento e o progresso do indivíduo.
Seguimos nos passos do mestre Nazareno, quem melhor soube vencer com dignidade as provações do mundo. Perdoar e agradecer pelas dificuldades e obstáculos da vida. Perdoar e agradecer pelas pedras do caminho. Perdoar e agradecer para se manter são, de corpo e alma, neste mundo-escola. A aprendizagem é conquista atemporal do ser e de sua sabedoria do coração.
Por Paulo Hayashi Jr. – doutor em administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp