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Programa reduz ataques de onças a rebanho no Pantanal

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Junto com produtores rurais e moradores ribeirinhos, o Instituto Homem Pantaneiro, por meio do Programa Felinos Pantaneiros, tem buscado alternativas para evitar ou, pelo menos, minimizar conflitos de produção na região pantaneira. Com adoção de algumas estratégias, já foi possível reduzir drasticamente ataques de onças a bovinos em uma fazenda da região de Miranda.
O programa foi criado em 2016 e, além de atuar com a implementação de ações que promovem melhores práticas e harmonia entre meios de produção e conservação, é responsável por monitorar aspectos ecológicos das onças-pintadas e onças-pardas na região da Serra do Amolar.

Programa reduz ataques de onças a rebanho no Pantanal


Responsável pelo programa, o médico-veterinário Diego Viana explica que cada situação exige uma estratégia diferente. Por isso, a premissa do Felinos Pantaneiros é ouvir os envolvidos.
“Aqui, nossa principal ação é ouvir. Não temos uma opinião pré-formulada em relação a nenhuma situação. A partir do momento em que ouvimos, seja o produtor rural ou o morador ribeirinho, juntos, passamos a buscar uma estratégia para resolver a situação”, explica.
Atualmente, o programa tem usado duas estratégias para manter as onças longe do gado e, também, dos animais domésticos das famílias ribeirinhas. A primeira delas é a cerca elétrica, usada, principalmente, para evitar que a onça ataque o gado.
A cerca é usada em áreas específicas da propriedade, onde é identificado maior índice de predação do rebanho. Em uma fazenda na região de Miranda, optou-se por usar o recurso para proteger as áreas de maternidade, por exemplo.
A segunda estratégia é o repelente luminoso. Na mesma propriedade rural em Miranda, foi feito um teste e, nos dois meses seguintes à instalação dos repelentes luminosos, não houve nenhum registro de ataque de onça ao gado. “Antes, o índice (de depredação) estava bem alto”, explica o médico-veterinário.
O recurso também tem se mostrado eficaz na comunidade ribeirinha. Repelentes luminosos já foram instalados próximos às moradias de ribeirinhos que se sentiam desprotegidos ou tiveram registro de ataque de onça a animais domésticos.
“São estratégias dinâmicas, ferramentas que temos usado e têm se mostrado eficazes. Assim, conseguimos reduzir o conflito do animal com produtor rural, moradores ribeirinhos. Conservamos a onça-pintada, o produtor rural diminui suas perdas e os ribeirinhos se sentem mais seguros e acolhidos. O Felinos Pantaneiros existe justamente para executar este tipo de atividade. Fazemos a ponte entre a sociedade e o governo, com o objetivo de ajudar na formulação de políticas públicas e conservação das espécies”, explica Diego.
A cerca elétrica também tem sido usada para evitar a aproximação dos porcos das áreas de lavoura. Com a medida, é possível reduzir perdas na produtividade agrícola também.
Outra frente de atuação do Felinos Pantaneiros é o manejo da fazenda. Com toda experiência adquirida durante o programa, os técnicos auxiliam os proprietários rurais na hora de definir o manejo, já pensando em reduzir possíveis conflitos de produção.
“Auxiliamos as propriedades no manejo da fazenda. A partir da análise do local e o conhecimento a respeito dos hábitos dos felinos, identificamos as áreas com maior potencial de predação”, afirma o médico-veterinário.
Convivência pacífica

O médico-veterinário explica que é totalmente possível que os animais silvestres vivam com qualidade e bem-estar próximo dos seres humanos. “O Pantanal é exemplo disso. É um dos biomas mais bem conservados do planeta. Já são mais de 230 anos de ocupação humana e produção pecuária. Ou seja, é possível conviver, coexistir com a onça-pintada e toda a biodiversidade do Pantanal”, afirma.
Desde a segunda quinzena de março, o programa tem contado com o apoio da General Motors, que cedeu um veículo para as atividades de campo. Desde então, a equipe do Felinos Pantaneiros já rodou quase 1,1 mil quilômetros. Neste período, foram feitas duas visitas a uma fazenda na região de Miranda, além de visita a parceiros de conservação, como Refúgio da Ilha, Delta do Salobra e Onçafari e a busca ativa por uma jaguatirica atropelada na BR-262.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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