O dobro de propriedades cadastradas de 2021 para 2022, esse é o saldo da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), em relação ao número de fazendas certificadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Segundo a ABPO a entidade passou de 30 fazendas associadas para 60 neste ano, e dados da Embrapa Pantanal e Embrapa Gado de Corte, sinalizam também para um aumente crescente no número de animais e na quantidade de carne proveniente dessa cadeia.
“Atualmente, há fazendas certificadas em produção de carne orgânica e sustentável em todas as regiões pantaneiras do Mato Grosso do Sul (MS). Aproximadamente seis marcas já comercializam o produto nos mercados interno e externo e seis indústrias frigoríficas são credenciadas para fazer o abate desses animais”, explica o Gerente-Executivo da ABPO, Silvio Balduíno.
As pesquisas relacionadas à produção de carne orgânica no Pantanal começaram em 2004 através da Embrapa, ABPO e WWF e ao longo dos anos foram identificados pontos importantes como levantamentos de custos, desafios e oportunidades desse tipo de produção, como o crescente aumento do interesse do consumidor final neste tipo de produto.
“Precisamos pensar sempre num sistema eficiente, que traga retorno ao produtor, por isso a importância da adoção de tecnologias que visem o aumento da produtividade e a redução de perdas, para que a cadeia cresça de forma mais eficiente e lucrativa para o produtor, buscando sempre a conservação do bioma”, enfatiza o Presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta.
Outro ponto importante quanto ao programa e que chama atenção dos pecuaristas para sua adesão é o incentivo fiscal. “Os pecuaristas da região que se dedicam à produção de uma proteína orgânica ou sustentável possuem opções de premiações, relacionadas ao desconto de ICMS, fornecido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul”, relata Silvio Balduíno,
Segundo o pecuarista Junior Sidoni, que há 16 anos produz na região de Coxim, e que acabou de começar no Programa Carne Sustentável do Pantanal, o que mais chamou a atenção foi a remuneração. “A gente busca sempre agregar valor ao nosso gado, eu também participo de outros programas, mas não é fácil conseguir benefícios no meu rebanho mais novo, devido a dificuldade logística para conseguir suplementação animal e, fora esses animais mais novos, nós não conseguimos uma valorização com o restante dos animais. Então eu fui estudando até conhecer o programa da ABPO e vi que eles conseguiriam me trazer esses benefícios para todo o rebanho, além do reconhecimento da nossa região”.
Dados detalhados sobre os avanços do produção de gado no Pantanal, bem como seus desafios, serão apresentados no dia 10 de junho, na sede do Sindicato Rural de Campo Grande, durante a segunda edição do Interagro. As inscrições são gratuitas pelo site www.interagro2022.com.br. O evento poderá ser acompanhado presencialmente ou online, pelo mesmo site.
Fonte: Agroa