As fraudes e os golpes financeiros são problemas que ameaçam o mercado há anos. Porém, antes da era digital, havia um maior intervalo de tempo para combater e amenizar a perda de dinheiro, devido a um maior período de espera para as transações bancárias serem realizadas. Contudo, a criação do PIX (pagamento instantâneo) facilitou as transferências e teve rápida aderência por parte dos brasileiros.
Segundo o site do Governo Federal, 130 milhões de usuários adquiriram esse método de pagamento, o que, consequentemente, desencadeou o aumento dos crimes cibernéticos, como os de engenharia social e phishing. Por isso, devemos ter em mente que, quando abordamos golpes e suas formas de prevenção, também é preciso discutirmos as posturas que as instituições financeiras devem tomar – a fim de educar e treinar seus funcionários e clientes.
Da mesma forma que a sociedade foi ensinada a utilizar o cinto de segurança e conseguiu diminuir o risco de morte em caso de acidentes de trânsito, é necessário adotar métodos de educação, conscientização e explicação sobre o benefício de um sistema seguro para a população no mundo digital, com o intuito de mitigar os ataques de forma mais efetiva.
Visando o sucesso de tal “combate”, destaco a importância das novas formas de verificação (usando características altamente pessoais como biometrias físicas, faciais e comportamentais), que possam ser utilizadas sem prejudicar a experiência do usuário, para adequação aos novos desafios e mudanças dos processos que a era tecnológica provocou – como a criação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Nesse contexto, o meio mais adequado para garantir essa segurança é o uso da Inteligência Artificial (IA). Por meio dos algoritmos mais avançados da IA que existem atualmente, é possível utilizar a biometria comportamental, geolocalização e análise de dados do dispositivo como tecnologias fundamentais de prevenção às fraudes digitais. Elas ganham relevância porque caracterizam formas mais eficazes de observar os usuários, visto que não buscam identificar o evento em si, mas sim possíveis diferenças no comportamento e a rotina da pessoa, de modo a identificar se ela está sendo vítima de algum golpe.
Portanto, além de educar as pessoas sobre o mundo digital e utilizar a tecnologia como método de prevenção, as instituições financeiras não podem se esquecer de validar a experiência do usuário em seus controles de fraudes e, junto a isso, devem colocar a etapa de segurança como um dos tópicos principais na criação de novos produtos e soluções.
Somente dessa forma será possível alcançar equilíbrio entre a busca pela rentabilidade nos negócios e a busca pela segurança nos negócios.
Por Ricardo Calfat – Country manager da BioCatch no Brasil.