Este Mato Grosso do Sul que, aos 45 anos, é motivo de orgulho para todos nós, é um empreendimento social, econômico, político e institucional em permanente construção.
No próximo dia 11 celebramos o marco dos 45 anos da fundação do Estado de Mato Grosso do Sul.
Se a efeméride assinala, com justiça, a data da assinatura, pelo então presidente Ernesto Geisel, da Lei Complementar Nº 31, de 11 de outubro de 1977, a criação do Estado de Mato Grosso do Sul é resultado de um processo histórico, sociopolítico e econômico que, desde as primeiras décadas do século XX, e em diferentes momentos e circunstâncias, mobilizou o ideal “divisionista”. Ou “separatista”, como preferem alguns.
Como temos observado sempre que escrevemos sobre o tema, o estudo dos contextos e circunstâncias que enfim resultaram na criação de Mato Grosso do Sul, em 1977, pertence à seara de historiadores e afins. Até porque há entre eles divergências marcantes quanto à natureza e à importância de diferentes movimentos que defenderam a autonomia da região Sul em relação a Cuiabá, longínqua capital do então imenso Mato Grosso.
A nós compete apontar, com reverente respeito aos especialistas, que quaisquer que tenham sido as origens do processo que resultou na criação do Estado de Mato Grosso do Sul, os 45 anos de sua trajetória como unidade da República Federativa do Brasil confirmam, crescentemente, o acerto daquela histórica decisão geopolítica do então presidente Ernesto Geisel.
É empolgante constatar que em menos de meio século – tempo brevíssimo para a História – Mato Grosso do Sul foi capaz de formular e consolidar um processo de desenvolvimento que, mesmo passível de questionamentos em algumas áreas, o posiciona entre os estados com melhores índices de crescimento econômico, diversificação e modernização da produção e ampliação da infraestrutura.
Como destacávamos há um ano neste espaço, a expansão e qualificação das bases de nossa economia asseguram índices consideráveis de desenvolvimento social e humano. Embora – dizíamos – persistam desigualdades que gostaríamos de ver superadas, o crescimento econômico tem sido decisivo para a instalação de um ciclo virtuoso de investimentos privados em modernização/sofisticação em áreas estratégicas, como educação e saúde, sistemas de tecnologia e consultorias de vanguarda.
Naturalmente, este Mato Grosso do Sul que, aos 45 anos, é motivo de orgulho para todos nós, é um empreendimento social, econômico, político e institucional em permanente construção. E, como tal, enfrenta desafios econômicos, déficits sociais e defasagens estruturais decorrentes da própria dinâmica de seu crescimento. Superá-los implica, obviamente, em sensibilidade dos governantes e em investimentos públicos consistentes.
Contudo, construir um Mato Grosso do Sul socialmente mais justo, e economicamente mais desenvolvido e inclusivo, é tarefa de toda sociedade, de todos nós que temos o privilégio de viver neste Estado que nestes 45 anos tem honrado a memória dos que, em diferentes momentos da história, se empenharam por sua criação.
Para nós – e aqui orgulhosamente me incluo – que tivemos a honra de ver nascer este Estado, e de ajudar a construir suas instituições, suas bases socioculturais e sua economia moderna e promissora, a contrapartida por tal privilégio é a responsabilidade de legar à nossa juventude e às gerações futuras um Mato Grosso do Sul capaz de abrigar e fecundar seus ideais de justiça social, de desenvolvimento cultural e humano, e de oportunidades de ascensão para todos.
Por Iran Coelho das Neves – Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul.