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Cultura solidária

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Um dos meus assuntos favoritos – ou recorrentes? – é a iniciativa, sempre inovadora e quase sempre original  de pessoas ou grupos, no sentido de incentivar o hábito da leitura, possibilitando o acesso ao livro.

Pois a professora Edna, de Divinópolis, em Minas Gerais, é uma dessas pessoas dedicadas e abnegadas, que investe tudo na educação, numa escola melhor, e vive tendo ideias boas, que transforma em projetos, realizando-os com sucesso, para benefício dos seus alunos.

Ela passou, como sempre, pelo meu blog e leu a crônica sobre livros, leitura e bibliotecas e não pode deixar de comentar como o livro é importante para ela e para todos nós. Ela tem vários alunos que não tinham nenhum contato com esse receptáculo de conhecimento, magia e encantamento, nem a responsabilidade ou curiosidade de conhecê-lo e agora, depois de um trabalho incessante, a professora pode dizer que a recompensa chegou. Principalmente quando seus pupilos leem e comentam com entusiasmo as leituras feitas. É muito prazeroso, para ela, ver este processo acontecendo.

Recentemente, diz a professora, lembrei, na sala de aula, do que dissemos acima sobre a leitura. Tenho um aluno muito engraçado, chamado Sérgio. No início do ano pedia-lhe para ir a biblioteca e ele dizia: “Ah, não, professora, eu não gosto de ler e nem sei que livro pegar.” Percebi que o trabalho seria mais difícil do que imaginava. Então ia à biblioteca, lia muitos livros para chegar na sala de aula e dar boas referências de obras e de autores e, assim, o tempo foi passando e a fala do Sérgio hoje é diferente. Há poucos dias estava corrigindo exercícios e percebi que o mesmo estava quietinho na carteira, deliciando-se com a leitura de um livro, quando falei algo e ele disse: “Ah, não, professora, a leitura está tão boa, deixe eu continuar, por favor.” E neste momento tive a sensação de missão cumprida em relação à fusão da leitura na sala de aula, na vida dos alunos e principalmente na minha vida. E este é apenas um dos relatos no meio de tantos.


Professora Edna acha muito bom trabalhar, com eles, atividades relacionadas ao livro literário. O projeto Histórias Viajantes está a todo vapor, mas ela precisa, ainda, sensibilizar muito mais pessoas para ajudarem nesta causa. Já arrecadou mais de 500 livros, mas a necessidade ainda é grande e o projeto precisa de muitos exemplares, pois são muitos lugares e pessoas a ajudar, a aproximar dos livros.
 

Então eu conclamo a quem tiver livros que já leu e pode doar, que os envie à professora, para que ela continue a brilhante missão de fazer com que as pessoas gostem de ler e tenham, efetivamente, livros para ler. Quem quiser mandar livros, contate comigo pelo e-mail [email protected], que enviarei o endereço.

Isso é solidariedade cultural. É dar condições a quem quer realizar alguma coisa de bom em favor de nossos filhos, em favor de um futuro melhor para todos.

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA.

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