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Ama(r)mentar: uma conversa necessária 

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A amamentação é o momento de maior troca entre mãe e filho. É onde se criam os laços, a intimidade e o ritmo daquela relação que acaba de nascer. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é recomendado que a amamentação seja exclusiva nos 6 primeiros meses. O leite materno é uma importante fonte de macronutrientes e fatores imunológicos para a criança em crescimento, já que é composto por proteínas solúveis, proteínas bioativas, lactoferrina, lisozima e imunoglobulina. E muito mais do que nutrir, a amamentação traz benefícios à saúde, ao acolhimento e proteção à criança nos primeiros anos. O famoso cheiro de mãe para acalmar o filho. 

Para a mãe, amamentar contribui para a diminuição do sangramento no período pós-parto, aceleração na perda de peso, redução da incidência de cânceres de mama, ovário e endométrio, proteção contra doenças cardiovasculares e osteoporose. 

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil – Enani 2019, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez uma análise da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) dos anos de 1986, 1996 e 2006, comparando com amostras de 2019 e 2020. O resultado preliminar aponta que nos últimos 36 anos houve crescimento no tempo de aleitamento materno. 

Como mostra o estudo, o aleitamento materno exclusivo entre os menores de 6 meses aumentou 42,8 pontos percentuais entre 1986 e 2020, passando de 2,9% para 45,7%. De 6 a 12 meses, o índice passou de 22,7% para 53,1%, e o aleitamento materno entre crianças menores de 24 meses chegou a 60,9% em 2020. Analisando os dados e os períodos estudados, nota-se que esse crescimento pega uma linha reta junto aos direitos das mulheres na Constituição Federal de 1988, com estabilidade trabalhista e licença maternidade de 120 dias, o que atinge os 4 primeiros meses de vida do bebê, fase que, segundo a pesquisa, a amamentação passou de 4,7% para 60%. 

Seja pela reformulação da licença-maternidade, pela licença-amamentação ou as políticas de incentivo e conscientização à amamentação, o aleitamento materno alcança patamares mais altos a cada ano. Mas ainda existem muitos paradigmas sobre o assunto que vão desde o mito da “deformação” dos seios à exposição e sexualização do corpo da mulher durante a amamentação. Um ato tão bonito e de total entrega jamais deveria ser banalizado ou hostilizado. O nome já diz, ama(r)mentar. 


Por Paola Ravanello – Coordenadora do Curso Técnico em Enfermagem da Fundatec. 

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