A palavra afeição tem origem no latim affectio e se refere a algo que afeta, influencia e que causa uma impressão. Em especial, de afetar o outro, de atraí-lo com os sentimentos favoráveis. Quem influencia com simpatia acaba recebendo em troca, por reciprocidade, a ajuda semelhante.
Agir com sentimentos positivos, seja no ambiente de trabalho, seja na família, constitui a construção de um espaço especial de vida. Assim como nos ninhos das aves, o ambiente nos protege e estimula o desenvolvimento nas horas devidas. Com isso, mantém-se os sentimentos alinhados com o grupo de forma a possibilitar a execução do lema dos três mosqueteiros de Alexandre Dumas: “um por todos, todos por um”.
Cabe ao líder consciencioso perceber a necessidade de um ambiente digno e favorável ao trabalho para que a solidariedade espontânea e produtiva apareça. Não é por acaso que o coleguismo e a afeição se mantêm, mas exige esforço, sacrifício e preocupação com o próximo. De ajudar a equipe de maneira altruística e com o abandono do ego, da vaidade e também, da zona de conforto que paralisa as ações afirmativas. Quem investe em apreço e movimenta ao mesmo tempo, as mãos e sentimentos para as obras conseguem angariar simpatia. Apenas a afeição sem ação acaba se tornando rota para a inércia ou exploração.
Feliz daqueles que não se cansam de trabalhar e de investir no ânimo ao trabalho disciplinado. De ter sempre uma palavra gentil, um gesto, uma ajuda como sementes de prosperidade que se espalham e espera o tempo aprimorar. A afeição como a espontaneidade no bem, no belo e na verdade de Deus.
Por Paulo Hayashi Jr – Doutor em Administração pela UFRGS. Professor e pesquisador da Unicamp.